O Voando em Moçambique é um pequeno tributo à História da Aviação em Moçambique. Grande parte dos seus arquivos desapareceram ou foram destruídos e o que deles resta, permanecem porventura silenciosos nas estantes de muitos dos seus protagonistas. A História é feita por todos aqueles que nela participaram. É a esses que aqui lançamos o nosso apelo, para que nos deixem o seu contributo real, pois de certo possuirão um espólio importante, para que a História dessa Aviação se não perca nos tempos e com ela todos os seus “heróis”. As gerações futuras de certo lhes agradecerão. Muitos desses verdadeiros heróis, ilustres aventureiros desconhecidos, souberam desafiar os perigos de toda a ordem, transportando pessoas e bens de primeira necessidade ou evacuando doentes, em condições meteorológicas adversas, quais “gloriosos malucos das máquinas voadoras”. Há que incentivar todos aqueles que ainda possuam dados e documentos que possam contribuir para que essa História se faça e se não extinga com eles, que os publiquem, ou que os cedam a organizações que para isso estejam vocacionadas. A nossa gratidão a todos aqueles que ao longo dos tempos se atreveram e tiveram a coragem de escrever as suas “estórias” e memórias sobre a sua aviação. Só assim a História da Aviação em Moçambique se fará verdadeiramente, pois nenhum trabalho deste género é suficientemente exaustivo e completo. A todos esses ilustres personagens do nosso passado recente que contra tudo e todos lutaram para que essa história se fizesse, a nossa humilde e sincera homenagem.

A eles dedicamos estas linhas.

José Vilhena e Maria Luísa Hingá

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Quem tiver fotos e/ou documentos sobre a Aviação em Moçambique e os queira ver publicados neste blogue, pode contactar-me pelo e-mail:lhinga@gmail.com

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15/10/06

71 - C- PMAA Primeiro Avião registado em Moçambique como CR-MAA. De Havilland 60G Gipsy Moth


C-PMAA
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O primeiro avião registado em Moçambique, ostentou a matricula Portuguesa C-PMAA e só mais tarde a Moçambicana CR-MAA (M de Moçambique), um DeHavilland 60G Gipsy Moth.

Este avião, com registo Sul-africano, voou para Moçambique pelas mãos do célebre Major Mac Miller em 1930, com mais dois irmão gémeos, com a finalidade de efectuar voos de demonstração.

Num desses voos junto ao porto de Lourenço Marques, entrou em perda a baixa altitude acabando nas águas da baia, junto a um paquete que saia do porto.

Foi recuperado pela tripulação do navio, bem como o que restou do avião, que felizmente ficou a flutuar, embora maltratado e cheio de água salgada. O que restou do avião e o seu motor permaneceram ao ar livre no porto de Lourenço Marques, durante quase um ano, pois mercadoria importada sem pagamento de direitos tinha de cumprir a legislação vigente, até ser vendido em hasta pública!

No leilão então realizado, foi finalmente o avião e o motor arrematados por Manuel Maria Rocha, que na altura era mecânico chefe da estação eléctrica no Xai Xai (Vila João Belo). Carregado para um camião e transportado para o Xai Xai, onde Manuel Maria Rocha o reconstruiu durante 18 longos meses, uma missão quase impossível, já que o domínio da língua de Sua Majestade por parte do seu dono e os conhecimentos aeronáuticos do mesmo eram na altura mínimos. Passou a ser o primeiro avião registado na Colónia e foi nele que aprendeu a pilotar e posteriormente atingiu a craveira que todos conhecem, como primeiro piloto da DETA e posteriormente da TAP. Foi assim que o Xai Xai se tornou o berço da aviação civil em Moçambique.



José Vilhena

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