O Voando em Moçambique é um pequeno tributo à História da Aviação em Moçambique. Grande parte dos seus arquivos desapareceram ou foram destruídos e o que deles resta, permanecem porventura silenciosos nas estantes de muitos dos seus protagonistas. A História é feita por todos aqueles que nela participaram. É a esses que aqui lançamos o nosso apelo, para que nos deixem o seu contributo real, pois de certo possuirão um espólio importante, para que a História dessa Aviação se não perca nos tempos e com ela todos os seus “heróis”. As gerações futuras de certo lhes agradecerão. Muitos desses verdadeiros heróis, ilustres aventureiros desconhecidos, souberam desafiar os perigos de toda a ordem, transportando pessoas e bens de primeira necessidade ou evacuando doentes, em condições meteorológicas adversas, quais “gloriosos malucos das máquinas voadoras”. Há que incentivar todos aqueles que ainda possuam dados e documentos que possam contribuir para que essa História se faça e se não extinga com eles, que os publiquem, ou que os cedam a organizações que para isso estejam vocacionadas. A nossa gratidão a todos aqueles que ao longo dos tempos se atreveram e tiveram a coragem de escrever as suas “estórias” e memórias sobre a sua aviação. Só assim a História da Aviação em Moçambique se fará verdadeiramente, pois nenhum trabalho deste género é suficientemente exaustivo e completo. A todos esses ilustres personagens do nosso passado recente que contra tudo e todos lutaram para que essa história se fizesse, a nossa humilde e sincera homenagem.

A eles dedicamos estas linhas.

José Vilhena e Maria Luísa Hingá

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Quem tiver fotos e/ou documentos sobre a Aviação em Moçambique e os queira ver publicados neste blogue, pode contactar-me pelo e-mail:lhinga@gmail.com

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Por motivos alheios algumas das imagens não abrem no tamanho original. Nesse caso podem selecionar “abrir imagem num novo separador” ou “Guardar imagem como…”.

31/12/11

765 - Rui Novais Leite Monteiro (1921 - 2011)

Rui Novais Leite Monteiro nasceu a 22 de Junho de 1921 em Moçambique e desde sempre ali residiu.

Decano dos pilotos aviadores privados em Portugal possuía mais de 3.500 horas de voo e 14.000 aterragens na sua longa carreira de piloto e instrutor. Voou pela primeira vez a 09 de Setembro de 1939, desde logo a solo, num “pairador” Schulgleiter lançado por cabos elásticos no Monte Maria Dias (Algueirão-Sintra), na então Escola de Aviação Bartolomeu de Gusmão promovida pela Mocidade Portuguesa em parceria com o Aero Clube de Portugal. Participou num curso com dezoito alunos e uma duração de quinze dias, dirigido pelo Dr. João Pinto Coelho e sendo seu instrutor o alemão Schurke (campeão do Mundo de Voo à Vela). O voo de Rui Monteiro teve a duração de 17 segundos. Foi brevetado como piloto privado em 1940 no Aero Clube de Braga, campo de aviação de Palmeira, tendo efectuado o seu primeiro voo a solo a 3 de Dezembro de 1939 num pequeno monomotor Taylor Cub J-2 de 40 cavalos, “CS-AAU”, enquanto estudante Moçambicano em Portugal. Foram seus instrutores Roberto Sameiro e Esteves de Aguiar, num curso igualmente promovido pela Mocidade Portuguesa, a título gracioso, mas com o compromisso de entrar como piloto miliciano da então Aeronáutica Militar. Foram seus colegas o Cte. Amado da Cunha (TAP), Manuel Cardoso, José Manuel Soares e Artur Zanha.


Regressado a Moçambique aprendeu com os Comandantes Luís Branco e Jorge Veloso o voo nocturno, com o Coronel Armando Vieira os multimotores, com Artur Lacueva a acrobacia e com Júlio Lázaro a radiotelefonia.


Foi sócio, instrutor e presidente do Aero Clube de Moçambique (Lourenço Marques), instrutor e director das Escolas de Pilotagem dos Aero Clubes de Gaza (Xai-Xai), Inhambane e Trigo de Morais. Pelas suas mãos passaram muitas gerações de pilotos ali formados. Até há pouco mantinha válida a sua licença de piloto privado, sendo o mais velho piloto Português ainda no activo.


Pertenceu recentemente aos quadros directivos do Aero Clube de Portugal, onde foi Presidente do Conselho Fiscal, Vice-Presidente da Direcção e Presidente da Assembleia Geral respectivamente, clube que lhe atribuiu vários diplomas de honra. A Federação Aeronáutica Internacional (FAI) concedeu-lhe em 1990 o diploma Paul Tissandier, a Ordem dos Cavaleiros de Colombo e distinguiu-o com uma cruz por salvamento num desastre aéreo, com risco da própria vida.


Ficaram célebres os voos acrobáticos deste velho piloto Moçambicano, participante activo em todos os festivais aéreos que por todo o Moçambique se realizaram, tendo efectuado o seu último voo a 18 de Junho de 2006, com 85 anos de idade.


Membro activo das FAV (Forças Aéreas Voluntárias) em Moçambique, foi um dos seus fundadores naquela província durante os anos que durou a Guerra (1964-74), tomando parte em inúmeros voos de busca e salvamento, transporte de feridos e mantimentos, e principalmente em numerosos voos de Correio Aéreo.


Correspondente durante vários anos da Revista do Ar, onde publicou vários artigos à época sobre a Aviação em Moçambique.

Faleceu em Lisboa a 29 de Dezembro de 2011, aos 90 anos de idade.



Copiado do jornal Savana, e enviado pelo filho Rui Monteiro.


(Rui Monteiro, o 2º a contar da esquerda em Braga (1939)



Rui Monteiro e Munkelt Gonçalves
Rui Monteiro e Isabel Rilvas


 Mário Correia (Conservador do MUSAR) + Cor. Rodrigues (Diretor do Musar) e Rui Monteiro
 Mário Correia (Conservador do MUSAR) e Rui Monteiro

17/12/11

764 - Morreu António Augusto Rocha, enfermeiro chefe da DETA


António Augusto Rocha
António Augusto Rocha
António Augusto Rocha
 Nasceu: 10 de Outubro de 1919 em Escalhão, Figueira de Castelo Rodrigo, Guarda.
  Morreu: 17 de Dezembro de 2011, em Santo André, Santiago do Cacém.

 





18/11/11

761 - TAN - Transportes Aéreos do Niassa

Inicia as suas operações com base em Vila Cabral a 1 de Setembro de 1968, contando para o efeito com cinco pilotos: Vitor Silva, C. Rodrigues, Leiria, Pinto e Lourenço.

Entre os seus accionistas iniciais estiveram Pio Alberto de Miranda Cabral, Luis de Miranda Cabral, Durval da Cruz e Silva, João Ventura Parreira, José João de Figueiredo Dionísio e Vitor Manuel Gonçalves da Silva.

Com uma frota inicial composta por dois bimotores Piper Aztec (CR-AHI e CR-AJA), passa a contar a partir de Agosto de 1969 com mais uma unidade deste tipo, o CR-AKQ.

Desafiando todos os obstáculos cria logo no seu inicio uma rede de operações que cobria 10.000 quilómetros de carreiras regulares, conseguidas com material algo obsoleto, um deficiente sistema de comunicações e pistas mal preparadas para uma operação segura.

Graças à tenacidade e teimosia dos seus responsáveis, a TAN consegue impor-se como um parceiro credível a todos os seus passageiros, civis ou militares.

A 11 de Abril de 1970 é uma das fundadoras do grupo EMAC – Empresa Moçambicana de Aviação Comercial SARL, por escritura publicada no Boletim Oficial da Província nº 32 – III Série, contado a partir daí com o suporte fundamental que este grupo lhe passou a dar.

Em 1971 é substituído o Piper Aztec CR-AHI pelo BN-2A-3 Islander CR-AMS proveniente da fábrica.

Ainda nesse ano são usados três BN-2A Islander CR-ALQ, CR-ALR e CR-ALS, pertencentes à EMAC.

Novos pilotos passam pelos seus quadros a partir de 1972, Artur Cardoso, F. Braga, Relvas, Águas, Pinto Ferreira, Lima, Fernandes e Fernando Subtil.

Em 1976 e após a independência de Moçambique, foi a empresa integrada na COMAG - Companhia Moçambicana de Aviação Geral.








CR-AMS


CR-AHI
CR-AHI - Foto enviada por Nuno Calhau
CR-AHI - Foto enviada por Nuno Calhau 
CR-AHI - Foto enviada por Victor Silva
CR-AJA. Foto de Joaquim Santos
Aterragem “sem trem” em Révia. Piloto Com.Rodrigues (Marinha)
Piper PA-23 Aztec 250B "CR-AJA"

CR-AJA
Aterragem “sem trem” em Révia. Piloto Com.Rodrigues (Marinha)
Piper PA-23 Aztec 250B "CR-AJA"
 Aterragem “sem trem” em Révia. Piloto Com.Rodrigues (Marinha)
Piper PA-23 Aztec 250B "CR-AJA"
Aterragem “sem trem” em Révia. Piloto Com.Rodrigues (Marinha)
Piper PA-23 Aztec 250B "CR-AJA"

CR-AJA

 Aeródromo de Vila Cabral

Aztec da TAN (Transportes Aéreos do Niassa) CR-AKQ albarroando a casota do lubrificantes da Shell em Vila Cabral
No ponto fixo matinal, no dia 5 de Junho de 1970, o mecânico altamente qualificado da FAP Adelino Jorge Martins Barros, depois de arrancar os motores, retirou os calços do avião que iniciou imediatamente uma rolagem relativamente lenta.
Tentou segurá-lo à mão, mas não conseguiu. Um dos hélices decepou-lhe o braço e a perna do lado direito do corpo.
A rolagem prosseguiu sem ninguém aos comandos, indo o avião embater na casota dos combustíveis e lubrificantes. Foi uma tragédia.
Fotos de Vítor Silva
Texto de Vítor Silva e Fernando Urgel Antunes


BN-2A-3 Islander "CR-AMS"
Segundo Vítor Silva o CR-AMS era tripulado (90% de certeza) pelo Artur Cardoso (o piloto mais internacional da TAN).
Dados de Cte. José Vilhena Foto de Vítor Silva

BN-2A-3 Islander "CR-AMS"






BN-2A. Foto de Simões Fernandes Manuel
 Aeródromo de Vila Cabral. Foto cedida por: Rui Campos


CR-AMS - BN2A-3 Islander

CR-AHI
Foto de Miguel Vinagre.
Piper PA-23 Aztec 250 "CR-AHI"e a aterrar o CR-AJH da CASS
Foto enviada por Nuno Calhau
BN-2A-8 Islander "CR-ANJ"
Espólio de António Mathias
Piper PA-23 Aztec 250D "CR-AKV"
Espólio de António Mathias
Piper PA-23 Aztec 250D "CR-AKV"
Piper PA-23 Aztec "CR-ANI" nas Quirimbas
Foto de Pedro Mathias
Piper PA-23 Aztec "CR-ANI" nas Quirimbas
Foto de Pedro Mathias

Piper PA-23 Aztec "CR-ANI" nas Quirimbas
Foto de Pedro Mathias
Piper PA-23 Aztec "CR-ANI" nas Quirimbas
Foto de Pedro Mathias
Piper PA-23 Aztec "CR-ANI" nas Quirimbas
Foto de Pedro Mathias
  BN-2A-8 Islander "CR-ANJ" em Vila Cabral
Foto de Pedro Mathias
 Piper PA-23 Aztec 250E "CR-ANI" (Inhaca)
Foto de Pedro Mathias
Piper PA-23 Aztec "CR-ANI" e "CR-AKV (Porto Amélia)
Foto de Pedro Mathias
 Piper PA-23 Aztec "CR-ANI" e "CR-AKV (Porto Amélia)
Foto de Pedro Mathias