Nascido em Lisboa a 18 de Outubro de 1887, foi sem sombra de dúvida o Major Francisco dos Santos Pinto Teixeira o verdadeiro pai da DETA (Divisão de Exploração dos Transportes Aéreos).
Na sequência de uma visita aos Caminhos de Ferro da África do Sul, especificamente à sua secção de aviação, elaborou o Major Pinto Teixeira, Director dos Portos Caminhos de Ferro e Transportes de Moçambique de 1928 a 1952, um extenso relatório que serviu de base à criação da DETA.
Segundo palavras suas, com a inauguração em 1937 dos primeiros voos desta empresa, o entusiasmo por voar contagiou toda a gente.
Até ele, aos cinquenta anos recebeu lições de voo do Cte. Manuel Maria Rocha, primeiro piloto da DETA, no Aeroclube de Moçambique.
Contudo, as regras em vigor, proibiram-no de voar antes de obter a licença de voo, quando descobriram que tinha sido submetido a uma operação abdominal que o inibia de voar a solo.
Passou praticamente toda a sua vida em África, após ter estudado engenharia civil e mecânica em Lisboa.
Alistou-se no exército em 1912, tendo servido em França e no sul de Angola durante a Primeira Grande Guerra.
Participou na construção do Caminho de Ferro de Moçamedes, que atravessava a Huíla e o planalto da Cela.
Abandonou o exercito em 1923, tendo sido nomeado Director dos Portos e Caminhos de Ferro do Sul de Angola (de Moçamedes à Baía dos Tigres).
Em 1928 foi enviado para Moçambique onde foi nomeado Director dos Portos, Caminhos de Ferro e Transportes, cargo que exerceu até 1952.
De 1954 a 1957 exerceu o cargo de Secretário de Transportes do Governo da Província. Possuidor de varias condecorações nacionais e estrangeiras, foi ainda presidente da câmara de Lourenço Marques de 1936 a 1946.
Criou a DETA a partir do zero, já que segundo conta, não existiam pilotos profissionais em Moçambique na altura, mecânicos encartados, rádio operadores e navegadores, pistas com o mínimo de condições para a operação comercial, nem tão pouco legislação sobre regras do ar. Apenas dois aeroclubes com dois ou três Tiger Moths, um em Lourenço Marques e outro na Beira.
Foi usado inicialmente um DeHavilland Hornet Moth para treino das tripulações e posteriormente adquirido um Dragonfly para instrução em bimotores, preparando-se assim a recepção dos novos Dragon Rapid, com os quais se iniciaram os voos comerciais para Johannesburg e restante território Moçambicano.
Novos pilotos foram enviados para escolas Sul-africanas, um novo aeródromo foi construído em Lourenço Marques com torre de controle, hangares, ajudas rádio à navegação e restantes serviços de manutenção, necessidade premente para o estabelecimento da nova companhia aérea.
Faleceu em Lisboa a 10 de Maio de 1983.
Texto de José Vilhena
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