O Voando em Moçambique é um pequeno tributo à História da Aviação em Moçambique. Grande parte dos seus arquivos desapareceram ou foram destruídos e o que deles resta, permanecem porventura silenciosos nas estantes de muitos dos seus protagonistas. A História é feita por todos aqueles que nela participaram. É a esses que aqui lançamos o nosso apelo, para que nos deixem o seu contributo real, pois de certo possuirão um espólio importante, para que a História dessa Aviação se não perca nos tempos e com ela todos os seus “heróis”. As gerações futuras de certo lhes agradecerão. Muitos desses verdadeiros heróis, ilustres aventureiros desconhecidos, souberam desafiar os perigos de toda a ordem, transportando pessoas e bens de primeira necessidade ou evacuando doentes, em condições meteorológicas adversas, quais “gloriosos malucos das máquinas voadoras”. Há que incentivar todos aqueles que ainda possuam dados e documentos que possam contribuir para que essa História se faça e se não extinga com eles, que os publiquem, ou que os cedam a organizações que para isso estejam vocacionadas. A nossa gratidão a todos aqueles que ao longo dos tempos se atreveram e tiveram a coragem de escrever as suas “estórias” e memórias sobre a sua aviação. Só assim a História da Aviação em Moçambique se fará verdadeiramente, pois nenhum trabalho deste género é suficientemente exaustivo e completo. A todos esses ilustres personagens do nosso passado recente que contra tudo e todos lutaram para que essa história se fizesse, a nossa humilde e sincera homenagem.

A eles dedicamos estas linhas.

José Vilhena e Maria Luísa Hingá

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Quem tiver fotos e/ou documentos sobre a Aviação em Moçambique e os queira ver publicados neste blogue, pode contactar-me pelo e-mail:lhinga@gmail.com

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Por motivos alheios algumas das imagens não abrem no tamanho original. Nesse caso podem selecionar “abrir imagem num novo separador” ou “Guardar imagem como…”.

14/11/06

136-A Inauguração da Sede e Hangar do Aero Clube de Moçambique (1959)
















A construção dum sólido e espaçoso hangar, próprio para a recolha das suas unidades de voo e anexos oficinais, era o velho sonho do Aero Clube de Moçambique que a poeira dos tempos nunca conseguiu desvanecer.
Esse velho sonho de outrora, sempre acalentado pelas suas direcções através de longos anos, materializou-se agora com a construção do hangar metálico e anexos oficinais, implantados no aeroporto de Lourenço Marques.
É de eloquente significado o dia 11 de Julho de 1959 para a vida do Aero Clube de Moçambique, o mais velho Aero Clube da Província, de tão nobres tradições, dia de jubilo e de regozijo indizível pela inauguração do seu hangar, cuja construção representa denodada energia e vontade inquebrantável de vencer das suas Direcções e da sua massa associativa, que, conjugando esforços, não deram guarida ao espectro de desanimo em frente dos múltiplos obstáculos que surgiam, caminhando sempre unidos ao longo da difícil estrada que firmemente se propuseram trilhar, em prol de um Aero Clube Maior e, implicitamente, das Asas de Moçambique e da Aviação Civil Portuguesa.
Pelo incentivo moral, facilidades concedidas e marcado espírito de colaboração desde o início da construção, o Aero Clube de Moçambique endereça, neste expressivo dia da sua vida, cordiais agradecimentos à Direcção do Serviço de Aeronáutica Civil de Moçambique.
O velho sonho agora realizado não se confina somente à construção ora inaugurada, tem continuidade que se traduz na edificação da sua sede, em moldes modernos, englobando campos de jogos e piscina.
A energia, fé inabalável e vontade construtiva que presidiram à construção do hangar, serão as mesmas que, sem desfalecimentos, nos apresentarão, num futuro próximo, numa sinfonia de cor e bom gosto, e, em prossecução do plano de obras já concebido, a majestosa sede do Aero Clube de Moçambique, conjunto que atestará mais uma vez a perene vontade criadora e sem par do povo Lusíada, que “Novos Mundos deu ao Mundo”, escrevendo paginas de ouro na sua incomparável e gloriosa historia.

Evocação

Ao darmos mais um passo na senda do progresso e desenvolvimento da Aviação Civil no Ultramar Português, não podemos deixar de volver os olhos para o passado, num preito de sincera e justa homenagem àqueles que, há mais de três dezenas de anos, foram as asas pioneiras de Moçambique!
Entretanto as maiores dificuldades, a técnica ainda incipiente da aviação desportiva e muitas vezes as criticas derrotistas daqueles que faziam das coisas do ar um sinonimo de loucura, foram eles, esses pioneiros, os fundadores de uma obra de que hoje, todos nós, nos podemos justamente orgulhar!
Para esses jovens de então, de vontade firme e entusiasmo indomável, vai a evocação saudosa e agradecida de todos os que hoje sulcam voando os céus de Moçambique!

FLORINDO RIBEIRO, TORRE DO VALLE, MANUEL ROCHA, JAMES CHILDS e Outros.

O Aero Clube de Moçambique vos agradece!

Galeria de Honra (1959)

Sócios Honorários:
Marechal Francisco Higino Craveiro Lopes
Capitão-de-mar-e-guerra Gabriel Maurício Teixeira
Major Francisco Pinto Teixeira

Sócios beneméritos:
Octávio de Carvalho
Stanley Walters

Sócios Fundadores:
Vivos: Sebastião de Vasconcelos Hermínio Tavares Duarte
Octávio de Carvalho Américo Galamba
Calos Calçada Bastos Faustino de Matos Viegas
Bartolomeu Baptista Picolo Júlio Belo
Norberto Gonçalves Armando Neves
Manuel Alves Cardiga José Antunes Martins
Manuel Alexandre Gago José Tavares Duarte
Joaquim Antunes da Costa Capitão António dos Santos Figueiredo
Miguel Costa Hugh Le May
James York Childs

Falecidos:
Comandante José R. Cabral Florindo Ribeiro
Armando Torre do Valle Miguel Fragoso
João da Silva Pereira Adelino Abrunhosa
Eugénio F. Fernandes João António de Carvalho
Abel Gouges Gilberto Teles
Capitão Luciano Granate José Santos Júnior
Domingos Barreto Ilídio Pedroso
Dr. José Janeiro Júlio Boaventura Real

Créditos: Texto e fotos Cte Vilhena.

3 comentários:

Anónimo disse...

Boa tarde,

Encontrei este artigo, que penso ser o meu falecido Pai, Engº José Lopes Duarte, que na altura era o Director das Obras Públicas em Inhambane.

"... O primeiro Presidente do Aero Clube de Inhambane foi o Eng. Lopes Duarte, seguindo-se em Janeiro de 1950 Humberto Albino das Neves ..."

O engraçado é que a minha Mãe, Maria Leonor Lopes Duarte, se eu não estiver em erro, foi a primeira mulher na Zambézia a tirar o brevê e a pilotar os chamados "Teco-Teco".

Tenho fotos onde se encontra ela, os seus colegas da aviação... e o teco-teco.

Cumprimentos,
Xanda Teles

Luisa Hingá disse...

Obrigada pelo seu comentário.
Se quiser mandar-nos as fotos pode fazê-las para o meu e-mail: lhinga@gmail.com

Ao dispor
Luísa Hingá

Anónimo disse...

Bom dia.

Venho agradecer a amabilidade e ainda esta semana enviarei as prometidas fotos.

Grata,

Xanda Teles