Este acidente já foi referido no artigo 11. Clicar nos números.
Fotos do Cte Francisco Pinto Teixeira, enviadas pela sobrinha Cristina Pinto Teixeira, que deixou este comentário:
Há uns anos atrás o Aero Clube de Moçambique fez uma comemoração onde voltaram a pôr o busto do meu avô e várias fotos (tenho cópias) Também foi dado o nome do meu avô a um avião do Aero Clube, isto aconteceu em 2002.
Cristina Pinto Teixeira
Luis Pinto Teixeira disse nos comentários
Tenho várias fotografias dessa época, inclusive fotografias do acidente propriamente dito, mas não sei como as enviar para si, para posteriormente as pôr neste Blog.
Ainda hoje se fala muito nesse acidente, e criticam o meu Avô, mas a verdade seja dita, o meu Avô pessoa que era, muito muito exigente, nunca iria por em risco a vida do seu filho, ou de quem quer que seja.
Liderava por exemplo, e tinha toda a confiança nos técnicos engenheiros da DETA, e tenho a certeza de que se estes o tivessem recomendado ou alertado de que os aviões deveriam parar de voar por razões de segurança, ele teria de imediato mandado cancelar quaisquer voos.
Convivi muito com o meu Avô até aos meus 15 anos, altura em que depois fui estudar para a Africa do Sul 1975, e sei bem do que estou a falar.
Passei horas sem fim e falar com ele e a ouvir as histórias da sua vida, desde a sua campanha no Norte de África durante a primeira guerra Mundial, até a sua vinda para África, primeiro Angola e depois mais tarde Moçambique, para aonde veio numa comissão de 5 anos e acabou ficando sensivelmente 50 anos.
Sempre foi uma pessoa correcta e justa nos seus postos de chefia e ainda hoje em Moçambique beneficiamos do seu trabalho, zelava muito pelos interesses dos trabalhadores e famílias, afectos aos seus ofícios.
O meu Pai Alberto Pinto Teixeira, já falecido, estava já nessa altura também a tirar o curso de piloto aviador, mas foi aconselhado pelos médicos a desistir, após o acidente do irmão, uma vez que este acidente afectou muito os meus Avós.
Ficou-lhe essa mágoa de não poder continuar o curso, pelo resto dos seus dias.
Gostaria sempre que possível de contribuir para este Blog, uma vez que também tenho muito interesse na aviação em Moçambique, por razões obvias.
Regressei a esta nossa linda terra em 1992, e por cá penso ficar e descansar os meus ossos.
4 comentários:
Luiza Hinga, em primeiro lugar gostaria de a congratular neste Blog magnifico...excelente.
Sou sobrinho do Francisco Teixeira (Xico) de que muito se fala neste Blog no que se relaciona com o acidente de aviação do Lockeed LIMPOPO em Quelimane em 23 Fevereiro de 1944.
Tenho várias fotografias dessa época, inclusivel fotografias do acidente propriamente dito, mas não sei como as enviar para si para posteriormente as por neste Blog.
Ainda hoje se fala muito nesse acidente, e criticam o meu Avô, mas a verdade seja dita, o meu Avô pessoa que era, muito muito exigente, nunca iria por em risco a vida do seu filho, ou de quem quere que seja.
Liderava por exemplo, e tinha toda a confiança nos técnicos enginheiro da Deta, e tenho a certesa de que se estes o tivessem recomendado ou alertado de que os aviões deveriam parar de voar por razões de seguraça, ele teria de imediato mandado cancelar quaisquer voôs.
Convivi muito com o meu Avô até aos meus 15 anos altura em que depois fui estudar para a Africa do Sul 1975, e sei bem do que estou a falar.
Passei horas sem fim e falar com ele e a ouvir as histórias da sua vida, desde a sua campanha no Norte de Africa durante a primeira guerra Mundial, até a sua vinda para Africa, primeiro Angola e depois mais tarde Moçambique, para aonde veio numa comissão de 5 anos e acabou ficando senssivelmente 50 anos.
Sempre foi uma pessoa correcta e justa nos seus postos de chefia e ainda hoje em Moçambique benificia-mos do seu trabalho, zelava muito pelos interesses dos trabalhadores e familias afectos aos seus oficios.
O meu Pai Alberto Pinto-Teixeira, já falecido, estava já nessa altura tambem a tirar o curço de piloto aviador, mas foi aconcelhado pelos médicos a desistir, após o acidente do irmáo uma vez que este acidente afectou muito os meus Avós.
Ficou-lhe essa mágoa de não poder continuar o curço, pelo resto dos seus dias.
Gostaria sempre que possivel de contribuir para este Blog uma vez que tambem tenho muito interesse na aviação em Moçambique, por razões obvias.
Regrassei a esta nossa linda terra em 1992, e por cá penso ficar e descançar os meus ossos.
O meu e-mail lpt@intra.co.mz
Luis Pinto-Teixeira
Tomei conhecimento há poucos meses da existência do Blog de Luísa Hinga "voando em mocambique" e das cartas publicadas pelos meus primos Luiz e Cristina a respeito do desastre da Deta em Quelimane a 23.2.1944,o piloto meu Pai, Francisco Pinto Teixeira. Luísa não leve a mal dirigir me a eles directamente, que, concerteza não por ignorância, não lhe transmitiram exactamente a verdade sobre este trágico desastre, no qual o meu Pai, colegas e passageiros perderam as vidas injustamente.
Como lhe escrevi no meu recente mail, tinha eu apenas 8 anos, mas, tudo o que aconteceu antes é depois ficou, e continuará a estar presente na minha memória.
Começando por ti Tatina, a tua frase que "tudo não passou de um grande acidente" "não passou" dizes tu, foi terrivelmente infeliz.
A ti Giginho, essas histórias sobre as glórias do nosso Avô, que tu ouviste até aos teus 15 anos, que tem isso a ver com a tragédia do aviao da Deta?
Sabes perfeitamente, é ao contrário do que escreveste, que o Avô tinha conhecimento do estado dos aviões, não pelos técnicos e engenheiros, mas pelo meu Pai, que, responsável, achou ser o seu dever informar, e várias vezes.
Não quero, nem me vou estender detalhadamente sobre a triste verdade como tudo se passou, e o que foi dito ao Pai.
É, como bem sabes, nem sequer era a viagem dele, mas, de um colega que, como todos os outros, procurou uma justificação para nao cumpri lo. E, o Pai, obedecendo a ordem autoritária do Avô, seguiu viagem.
Que o teu pai ficou para o resto dos seus dias com a magoa de, por causa deste acidente não poder ser piloto, como era seu sonho, e isso a tragédia deste acontecimento?
É o meu, o filho mais velho e melhor dos sete, que perdeu a vida com apenas 27 anos, que não pode realizar is seus sonhos, nem viver a vida que teria gostado de viver.
Lembraste te por acaso de mencionar as outras vidas que se perderam, e as famílias que ficaram sem elas?
O vosso pai, que tu dizes ter ficado com a magoa de não ser piloto, teve a felicidade de viver uma longa vida com a sua família, de ver os filhos crescerem, e d ter ainda conhecido os netos.
Não quero esquecer de mencionar que esse álbum de fotos da vida do meu Pai, concerteza por engano em teu poder, justo e correcto devia ter sido enviar a quem por direito pertenceria: Nos.
Igualmente uma saca preta com filmes tirados pelo meu Pai, que o teu, pouco tempo depois do desastre nos pediu emprestados e nunca mais devolveu.
Voltando a ti Tatina, quando escreveres esse tal livro, espero que não fique esquecido mencionar que o teu tio não foi so uma vítima mas também um herói, que para alguns de nós nunca será esquecido com saudade e magoa, e que se o Avô o. Tivesse ouvido e acreditado nele, esse desastre que tu dizes "não ter passado de um grande acidente" não teria acontecido.
Laidinha e chico
Luísa obrigada por tudo. Desejo lhe que continue a ter muita sorte e sucesso em tudo o que fizer.
Maria Adelaide Pinto teixeira e filho Manuel Francisco Teixeira da Gama Lobo Salema
LUIZA, mais uma vez volto ao assunto sobre o desastre da Deta em Quelimane,e vou acrescentar algo que lhe transmiti num MAIL do mês passado.
Não me conformo, nem encontrarei paz e socego, enquanto não divulgar no seu blog a verdade que os meus primos, com falta de sensibilidade, esconderam.
Sobrepuseram a enorme tragédia do dia 23.2.1944 as glórias do nosso Avô, o que ficou dele depois, e o trauma do pai deles por não poder concretizar o sonho de ser piloto. O Avô sim foi uma pessoa extraordinária durante toda a sua vida, e fez muito em e por Mocambique.
Apesar do que aconteceu, nunca deixarei de admira lo, nem deixei de gostar dele, ou passei a gostar menos.
Calado viveu 30 anos, concerteza com o remorso do erro, talvez o maior da sua vida, por não ter ouvido nem acreditado no que o meu Pai lhe transmitia.
Não posso esquecer o desespero do Pai.
Quando o Aeroporto em Quelimane foi inaugurado, carácter forte como era o dele, durante horas enfrentou, falou, e reconheceu o erro que tinha sido feito.
Com as histórias que o meu primo ouviu até aos seus 15 anos, 1975, altura em que, por causa da independência de Moçambique, partiu para a África do Sul, e o trauma do seu pai, os meus primos esqueceram se que nesse trágico, mas para eles nada mais que
"um grande acidente" perderam se, injustamente, as vidas do meu Pai, obrigado a fazer a viagem para "não ser o primeiro covarde da família" como lhe fora dito pelo Avô., a tripulação, é os passageiros, e, que nos, as famílias, eu com 8 e a minha irmã 6 anos, ficamos sem eles.
Se tivesse tomado conhecimento do seu Blog antes de Agosto do ano passado, gostaria de te lá conhecido numa das minhas viagens a Portugal e Algarve.
Admiro muito esta sua obra e o valor que ela tem para a História de Moçambique, é passo muitas vezes horas a procura de tomar mais conhecimentos que nele transmite.
Mais uma vez lhe peço que me diga o endereço postal para onde, depois da presente crise, poder ma dar cópias de recortes de jornais, e fotos, de outros acontecimentos ligados à Aviacao, que acho serem de interesse para si.
Um grande obrigado e abraco
Laida Pinto-Teixeira e filho Chico
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