Nasceu em Lisboa a 13 de Dezembro de 1952 e cedo se radicou em Moçambique, onde o seu pai o Eng. Jorge Jardim era um conhecido empresário e durante muitos anos Presidente do Aero Clube da Beira.
Com 17 anos obteve a sua licença de piloto particular de aeroplanos neste Aero Clube, voando em Cessna 150, recebendo posteriormente instrução em bimotor Cessna 310 no Rand Flight Center em Joanesburgo, com vista à obtenção da licença de piloto comercial que não viria a concretizar. No total averbou cerca de 400 horas de voo.
Foi contudo a sua actividade de pára-quedista que a tornou conhecida, tendo efectuado o seu 1º salto a 6 de Dezembro de 1969, não tinha ainda completado os 17 anos, idade mínima para a prática da modalidade, incluída num curso da Mocidade Portuguesa que teve lugar na cidade da Beira. Após 33 saltos automáticos efectua o seu primeiro salto em queda livre em 1970.
França, no Centro La Ferté fez o curso de queda livre, de instrutora e de competição. Com centenas de saltos na sua caderneta, participou no 2º Campeonato Nacional de Pára-quedismo em Luanda (1972) com a sua irmã Maria Antónia, tornando-se na campeã nacional da modalidade neste ano, facto que já tinha acontecido em 1970 e 1971. Em 1972 conquista o prémio “Audace”, prémio atribuído pela Chanel às mulheres mais audaciosas em todo o mundo nas várias actividades desportivas que praticavam.
Foi instrutora dos Grupo Especiais de Pára-quedistas (GEP) em Moçambique, tropas locais totalmente formadas por elementos negros, recordista nacional de queda livre à época, com um palmarés de 996 saltos no total.
A 14 de Abril de 1979, no decurso do 1º Encontro Aeronáutico da Páscoa em Tires, sofreu um espectacular acidente quando durante um salto de queda livre chocou com outra pára-quedista, Elvira Mendes, provocando o posterior enganchamento dos pára-quedas.
Após este percalço que lhe valeu três dias de internamento hospitalar, abandonou definitivamente a actividade.
Carmo Jardim foi uma das primeiras mulheres que tiraram a licença de Piloto Aviador e também uma das primeiras páraquedistas, em Moçambique, onde nasceu. Num e-mail que me mandou acerca deste artigo, diz:
"A primeira mulher portuguesa a saltar em Moçambique, salto automático, foi a minha irmã Patusha seguida da minha irmã Kanysha, ambas do primeiro curso civil realizado em Moçambique, nomeadamente na Beira com total apoio dos pára-quedistas militares (B.C.P.31) e da Base Aérea 10.
O meu Pai - Eng. Jorge Jardim - como sabe foi o primeiro pára-quedista civil em Moçambique e esse curso teve mais 3 elementos da minha família, por idades, Patusha, Carlos Frederico e Kanysha. Mais tarde teve lugar o segundo curso do qual fez parte a minha irmã Xenica.
A 6 de Dezembro de 1969 saltei eu, entre 50, incluída num curso da Mocidade portuguesa. Em 1970 e depois de ter dado 33 saltos automáticos, dei o meu primeiro salto em queda-livre e por aí fora...até 996 saltos em queda-livre...e um choque no ar, antecipou a paragem desta modalidade desportiva na minha vida!"
Artigo copiado da Revista dos Combatentes, pelo seu interesse. Clicar nas imagens para aumentar o tamanho.
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