O Voando em Moçambique é um pequeno tributo à História da Aviação em Moçambique. Grande parte dos seus arquivos desapareceram ou foram destruídos e o que deles resta, permanecem porventura silenciosos nas estantes de muitos dos seus protagonistas. A História é feita por todos aqueles que nela participaram. É a esses que aqui lançamos o nosso apelo, para que nos deixem o seu contributo real, pois de certo possuirão um espólio importante, para que a História dessa Aviação se não perca nos tempos e com ela todos os seus “heróis”. As gerações futuras de certo lhes agradecerão. Muitos desses verdadeiros heróis, ilustres aventureiros desconhecidos, souberam desafiar os perigos de toda a ordem, transportando pessoas e bens de primeira necessidade ou evacuando doentes, em condições meteorológicas adversas, quais “gloriosos malucos das máquinas voadoras”. Há que incentivar todos aqueles que ainda possuam dados e documentos que possam contribuir para que essa História se faça e se não extinga com eles, que os publiquem, ou que os cedam a organizações que para isso estejam vocacionadas. A nossa gratidão a todos aqueles que ao longo dos tempos se atreveram e tiveram a coragem de escrever as suas “estórias” e memórias sobre a sua aviação. Só assim a História da Aviação em Moçambique se fará verdadeiramente, pois nenhum trabalho deste género é suficientemente exaustivo e completo. A todos esses ilustres personagens do nosso passado recente que contra tudo e todos lutaram para que essa história se fizesse, a nossa humilde e sincera homenagem.

A eles dedicamos estas linhas.

José Vilhena e Maria Luísa Hingá

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Quem tiver fotos e/ou documentos sobre a Aviação em Moçambique e os queira ver publicados neste blogue, pode contactar-me pelo e-mail:lhinga@gmail.com

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Por motivos alheios algumas das imagens não abrem no tamanho original. Nesse caso podem selecionar “abrir imagem num novo separador” ou “Guardar imagem como…”.

28/11/06

152-Acidente de um avião da DETA



Este acidente já foi referido no artigo  11. Clicar nos números.

Fotos do Cte Francisco Pinto Teixeira, enviadas pela sobrinha Cristina Pinto Teixeira, que deixou este comentário:
Acabei de entrar neste blog e acho que deveria dizer algo sobre o acidente que vitimou o meu tio Francisco Pinto Teixeira. Não o cheguei a conhecer, mas ele era o irmão mais velho do meu pai. Sempre ouvi falar deste acidente em que todos culpam o meu avô, Francisco Pinto Teixeira, por ter obrigado o meu tio a voar. Para quem conheceu o meu avô sabe bem que ele era uma pessoa muito rigorosa e nós família mais chegada tínhamos sempre que dar o exemplo, o que por vezes traz grandes desgostos. Realmente ele sentia-se culpado da morte do meu tio, mas tudo não passou de um grande acidente, pois ninguém deseja a morte a um filho. Anos mais tarde foi dado o nome de meu avô ao aeroporto de Quelimane, ele fez um discurso tal que quando chegou a L.M. já o esperava uma ambulância pois ele estava mesmo mal. Tenho vários recortes de jornal sobre estes acontecimentos, assim como fotos do meu tio Francisco. Existe também um álbum de fotos sobre a vida do meu tio, vou tentar ver se o consigo passar no scanner e assim poder enviar.
Há uns anos atrás o Aero Clube de Moçambique fez uma comemoração onde voltaram a pôr o busto do meu avô e várias fotos (tenho cópias) Também foi dado o nome do meu avô a um avião do Aero Clube, isto aconteceu em 2002.
Um abraço
Cristina Pinto Teixeira

Luis Pinto Teixeira disse nos comentários
Sou sobrinho do Francisco Pinto Teixeira (Xico) de que muito se fala neste Blog no que se relaciona com o acidente de aviação do Lockheed “LIMPOPO” em Quelimane em 23 Fevereiro de 1944.
Tenho várias fotografias dessa época, inclusive fotografias do acidente propriamente dito, mas não sei como as enviar para si, para posteriormente as pôr neste Blog.
Ainda hoje se fala muito nesse acidente, e criticam o meu Avô, mas a verdade seja dita, o meu Avô pessoa que era, muito muito exigente, nunca iria por em risco a vida do seu filho, ou de quem quer que seja.
Liderava por exemplo, e tinha toda a confiança nos técnicos engenheiros da DETA, e tenho a certeza de que se estes o tivessem recomendado ou alertado de que os aviões deveriam parar de voar por razões de segurança, ele teria de imediato mandado cancelar quaisquer voos.
Convivi muito com o meu Avô até aos meus 15 anos, altura em que depois fui estudar para a Africa do Sul 1975, e sei bem do que estou a falar.
Passei horas sem fim e falar com ele e a ouvir as histórias da sua vida, desde a sua campanha no Norte de África durante a primeira guerra Mundial, até a sua vinda para África, primeiro Angola e depois mais tarde Moçambique, para aonde veio numa comissão de 5 anos e acabou ficando sensivelmente 50 anos.
Sempre foi uma pessoa correcta e justa nos seus postos de chefia e ainda hoje em Moçambique beneficiamos do seu trabalho, zelava muito pelos interesses dos trabalhadores e famílias, afectos aos seus ofícios.
O meu Pai Alberto Pinto Teixeira, já falecido, estava já nessa altura também a tirar o curso de piloto aviador, mas foi aconselhado pelos médicos a desistir, após o acidente do irmão, uma vez que este acidente afectou muito os meus Avós.
Ficou-lhe essa mágoa de não poder continuar o curso, pelo resto dos seus dias.
Gostaria sempre que possível de contribuir para este Blog, uma vez que também tenho muito interesse na aviação em Moçambique, por razões obvias.
Regressei a esta nossa linda terra em 1992, e por cá penso ficar e descansar os meus ossos.

24/11/06

150-Aeródromo de Porto Amélia/Pemba


Pemba
Depois de 1975 o nome mudou. Agora é Pemba
Aeródromo de Porto Amélia
Fotos encontradas na net.

149-Visita do Almirante Américo Tomaz à cidade da Beira

Enviada por Ricardo Quintino

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Visita ao Aeroclube da Beira
Nota: Ver Artigo 54 - FAV – Formações Aéreas Voluntárias

1- Comandante Peixoto Correia – Ministro do Ultramar, na altura

2- Almirante Américo Thomaz – Presidente da República Portuguesa

3- Eng. Jorge Jardim – Comandante da FAV – Formação Aérea Voluntária 301

4- Élio Costa? Ou Cunha (presidente da Assembleia Geral do Aero Clube)?
5- Rocha Paciência, Presidente da Direcção do Aero Clube (nome )?

6-Rolando Mendes

Nota:
Sempre aclamado, o Senhor Almirante Américo Thomaz visitou primeiro as instalações do Aeroclube da Beira, onde foi saudado pelo presidente da assembleia geral, o antigo piloto Armando Nunes, pelo presidente da direcção, o comandante da Formação Aérea Voluntária 301, Eng. Jorge Jardim, e por outros dirigentes.
Depois de apresentados os pilotos presentes, o Chefe do Estado descerrou uma lápida comemorativa da visita e percorreu as instalações.




Despedida no Aeroporto da Beira-7.8.1964


Fotos e legendas José Mesquitela.

148-Visita do Almirante Américo Tomaz, Ano 1964 - de 1 a 7 de Agosto

Avião presidencial da DETA – CR-ABJ (LIBOMBOS)

Chegada ao Lumbo

Fotos de José Maria Mesquitela, no AVM.

147-Aeródromo de Nangololo

Foto encontrada na Net.
Transcrevo o comentário deixado pelo meu colega Diabinho Rodrigues
acerca deste campo de aterragem:

Esta "Pista" muito rudimentar, foi construída no ano de 1965, aproveitando a picada que vinha de Mueda e que era bem larga, apenas se derrubaram umas 10 árvores, tendo ficado concluída em escassas horas para se proceder á 1ª evacuação Aérea pela FAP num "Dornier". Durante a limpeza do derrube e algum capim, fomos alvo de uma emboscada de pouca intensidade. Foi o início da guerrilha a sério. Diabinho

146-Aeródromo Plácido de Abreu - Chibuto

Foto de Filipe Abreu


Foto de Cte. J. Vilhena.

20/11/06

145-As Comunicações aéreas, em Moçambique

AS COMUNICAÇÕES, UMA GRANDE REALIDADE. (Clicar)

Excerto de um artigo do **General Kaúlza de Arriaga**

...O sistema aéreo, excepcional, cobrindo todo o território, englobava uma infra-estrutura muitíssimo boa de aeródromos e de pistas, e um conjunto excelente de linhas de transporte aéreo. Naquela infra-estrutura distinguiam-se nove aeródromos para grandes aviões de jacto – Lourenço Marques, Beira, Quelimane, Nampula, Tete, Nova Freixo, Nacala, Vila Cabral e Porto Amélia – e cerca de três dezenas de outros aptos para aviões tipo Noratlas, e contavam-se mais de duas centenas de pistas para aviões tipo Islander. O transporte aéreo compreendia uma linha primária costeira e duas linhas secundárias penetrantes no interior, servidas por aviões Boeing 737 e por aviões Friendship, Noratlas, DC3 e outros, e inúmeras linhas terciárias equipadas com aviões Islander e Cessna ou equivalentes....

**Comandante das Forças Terrestres em Moçambique (1969/1970) e comandante-chefe das Forças Armadas na mesma Província (1970/1973).

144 - CR-AMX - TAT- Acidente no Baué, Tete

Avião da TAT. Ver artigo 802


Fotos gentilmente cedidas por Eduardo Paulino, ex-Capitão Mil.º de Artilharia, em Moçambique.
Descrição do acidente com o Islander da TAT, (Transportes Aéreos de Tete), na pista do Baué em Junho de 1972
(34 anos e 5 meses depois)

Vínhamos numa viagem de rotina a Tete. A novidade era o piloto que fazia o primeiro voo para o Baué, onde ia aterrar pela primeira vez. Eu viajava no meio da bancada atrás da do piloto e da do capitão que viajava na cadeira ao lado do piloto. Ao meu lado esquerdo ia uma rapariga, filha da “viúva” do Baué e ao meu lado direito alguém de quem não me recordo mesmo (Homem). Atrás de nós carga bem acondicionada e lá atrás depois da carga viajavam ainda mais três militares. A descolagem de Chingódzi (Tete) e a viagem decorreram normalmente. Eu conversava animadamente com a menina a quem tinha ensinado a fechar o cinto. Lembro-me de que, por uma questão de noção de onde nos encontrávamos, a uma certa altura reparei que o piloto, a alta altitude , não notava que já estávamos passando o Baué…em direcção a Furancungo! Bati-lhe nas costas com a mão, ele olhou e eu mostrei-lhe com o dedo que lá ao fundo para a direita era o Baué!!! Ele entendeu, fez a curva descendo…e em direcção da pista. Sobrevoou-a e lembro-me de vêr lá em baixo uma outra avioneta da Força Aérea, usada para evacuações. Pensei para mim: já deve ter havido problema! Ao mesmo tempo que essa avioneta arrancava para levantar voo da pista, nós avançávamos paralelamente à pista a baixa altitude. A outra avioneta já levantara quando, o nosso piloto fêz a curva que tinha que ser de 180º!

Pensei para mim: o Craveiro (piloto com quem eu viajava normalmente e habitualmente de e para Tete) se calhar faria esta curva de mais longe do princípio da pista! O nosso piloto teve que acelerar, para levantar o nariz e aproximou-se do princípio da pista com velocidade.
Voltei a pensar para mim: tenho a impressão que deveria fazer-se mais ao centro da pista visto ele estar a fazer-se um pouco para a esquerda do meio da pista. Tocou no chão o Islander. Depois de andar uns metros houve um grande solavanco e o avião desequilibrou-se para a direita. O piloto aguentou e corrigiu fazendo o avião baixar de novo com a roda esquerda e ela de novo tocou o chão. E houve um segundo grande solavanco mais forte desta vez. O piloto sentiu, e todos nós os passageiros também, que o trem esquerdo tinha partido e tentou aguentar o avião inclinado para a direita, para diminuir a velocidade, para desligar todos os circuitos , o que fez com grande custo visível, e para que a asa esquerda não batesse logo no chão. Finalmente a asa esquerda raspou o chão, houve uns momentos que todos parece que gritámos com o que estava a acontecer! O avião deu um violento solavanco…finalmente sentimos que estava parado…a porta ao lado do piloto foi aberta e eu, que ia atrás dele, fui o primeiro a sair e a saltar para o chão, da asa, já fora !! Havia grande poeirada … passados alguns poucos minutos todos estávamos fora, menos a rapariga que aos gritos pedia que a tirassem de lá de dentro, pois não conseguia tirar o cinto. Fui eu mesmo quem se aproximou do avião, e a auxiliou a tirar o cinto, tirando-a para fora.

Pouco depois chegavam os meus primeiros militares que tinham corrido para tentarem ajudar-nos no que pudessem.
Na reconstituição do acidente lembro-me de que depois dos solavancos provocados por morros de muxame ( formiga branca morta…morros de calcáreo) , que se situavam na parte esquerda do eixo da pista, ainda o avião andou uns tantos metros de “focinho” no chão, para capotar…só não acontecendo esse capotanço (que nos mataria concerteza) porque a velocidade tinha diminuído. A acção do piloto a desligar todos os circuitos do avião e a aguentar o avião com a asa esquerda levantada o máximo que pode, também nos salvou a vida.

Funchal aos 21 de Novembro de 2006-11-20

Eduardo A. M. Paulino
Ex-Cap. Milº d’Artª

143-Pilotos Pioneiros e as suas histórias

Três jovens pilotos portugueses chegaram a Joanesburgo no fim de 1936 e entraram para o Witwatersrand Technical College School of Aviation, para obterem a sua licença de pilotos comerciais.

Foram eles José Maria Pires do Vale, Carlos Borges Delgado e Gabriel Zoio, os pioneiros da DETA. Alunos do Comandante E. M. Donnelly, obtiveram as suas licenças de piloto comercial durante 1937.

Voavam das 6 da manhã às 5 da tarde, muitas vezes em condições de tempo adversas com ventos cruzados fortíssimos e sem qualquer apoio de ajudas rádio à navegação.

Voos de três horas sobre terras inóspitas, pendurados no único motor dos Hornet Moth da DETA.

Uma vez no Chinde, Pires do Vale, foi obrigado a aterrar com um Dragon Rapide cheio de passageiros num improvisado campo de futebol, terminando o feito entre os postes de uma das balizas.

Bons velhos tempos, onde as regras em aviação não eram tão restritas. Conta-se que um dia Pires do Vale se cruzou com alguém na velha Avenida da República em Lourenço Marques, que lhe pareceu familiar, tendo-lhe perguntado se o conhecia de Beira ou Porto Amélia, ao que o desconhecido lhe respondeu prontamente: sou o faroleiro da ilha do Bazaruto! Talvez a história pareça bizarra, mas naqueles tempos era habitual voar-se baixo ao longo da costa e presentear os passageiros com uma volta ao Farol do Bazaruto!

A 15 de Novembro de 1939 Pires do Vale voava de Inhambane para Lourenço Marques quando observou que um navio se afundava ao lado da praia de Zavala. Pode ler o seu nome (África) no costado e de que dum navio tanque se tratava.

Pires do Vale voou com o seu Dragon Rapid sobre a vila de Zavala e atirou uma mensagem que improvisou na rua principal: Sobreviventes e um naufrágio na costa!

A Shell em Lourenço Marques descartou a possibilidade do navio ser um dos seus, mas infelizmente era, tratava-se do novíssimo “Africa Shell”. Tão novo de facto, que a própria Shell em Lourenço Marques ainda não tinha sido informada da sua existência. O navio fora atingido por um navio alemão no canal de Moçambique, o “Graff Spee”, pouco depois afundao igualmente na batalha do Rio da Prata junto a Buenos Aires, na Argentina. Por coincidência, Pires do Vale neste voo transportava o cônsul alemão em Lourenço Marques. No dia seguinte transportou os sobreviventes do “Africa Shell” da praia de Zavala para Lourenço Marques.

Para Pires do Vale, Delgado e Zoio, macacos, javalis e até elefantes, eram obstáculos importantes nas pistas que tinham de usar no interior da Província, principalmente no Norte.

Gabriel Zoio abandonou os aviões em 1944. Borges Delgado passou a ser chefe de tráfego da DETA entre 1943 e 1956, continuando a voar como piloto. Acumulou mais de 9.000 horas de voo antes de se retirar definitivamente,

Pires do Vale acabou a sua carreira como inspector comercial da empresa, contando as suas deliciosas histórias aos muitos clientes, no seu gabinete na Avenida General Machado em Lourenço Marques.

Obrigada Cte. Vilhena pelas fotos e artigo.

142-DANIEL RABECK - Da Látvia a Lourenço Marques


O segundo piloto a ser contratado pela DETA, efectuou o segundo voo em “Dragon Rapide” de Lourenço Marques a Germinston uma semana após o serviço ter sido inaugurado pelo Cte. Manuel Maria Rocha, era um jovem nascido em Látvia, pequeno país do Báltico, que aprendera a pilotar sete anos antes no Joanesburgo Light Plane Club. De seu nome Daniel Rabeck, ficaria para sempre ligado à história da aviação comercial em Moçambique.

Deixou de voar em 1960 com 11.800 horas de voo, após 23 anos ao serviço da Stewarts & Lloyds Sul Africana.

Passou 15 meses como piloto de Dragon Rapide e Drangonfly na DETA, e averbou mais horas de voo por mês do que em qualquer outra altura da sua carreira de piloto, incluindo como piloto de transporte da Força Aérea da África do Sul.

O jovem Dan Rabeck, como ficou conhecido, emigrou da Látvia para a África do Sul em 1930 e iniciou as aulas de pilotagem nesse mesmo ano, com a idade de 17 anos, sendo seu instrutor Stan Halse. Após ter obtido a licença de piloto comercial, juntou-se a Harry Shires e participou na construção do aeródromo de Grand Central em Halfway House, entre Joanesburgo e Pretória.

Foi instrutor no Aero Clube de Lusaka e voou para a Christowitz Air Services na Niassalândia. Quando voltou à Africa do Sul, efectuou voos de táxi aéreo utilizando para o efeito um Gipsy Moth e um Puss Moth, tendo Rod Douglas, então chefe da DeHavilland Sul Africana, solicitado os seus serviços para entregar em Lourenço Marques um dos Dragon Rapide entretanto adquiridos pela DETA. Convidado, aceitou ser piloto da nova empresa em fase de formação.

Foi assim o segundo piloto da empresa Moçambicana, tendo sido homenageado num jantar de gala em Lourenço Marques decorria o ano de 1960.

Artigo e fotos de José Vilhena

14/11/06

136-A Inauguração da Sede e Hangar do Aero Clube de Moçambique (1959)
















A construção dum sólido e espaçoso hangar, próprio para a recolha das suas unidades de voo e anexos oficinais, era o velho sonho do Aero Clube de Moçambique que a poeira dos tempos nunca conseguiu desvanecer.
Esse velho sonho de outrora, sempre acalentado pelas suas direcções através de longos anos, materializou-se agora com a construção do hangar metálico e anexos oficinais, implantados no aeroporto de Lourenço Marques.
É de eloquente significado o dia 11 de Julho de 1959 para a vida do Aero Clube de Moçambique, o mais velho Aero Clube da Província, de tão nobres tradições, dia de jubilo e de regozijo indizível pela inauguração do seu hangar, cuja construção representa denodada energia e vontade inquebrantável de vencer das suas Direcções e da sua massa associativa, que, conjugando esforços, não deram guarida ao espectro de desanimo em frente dos múltiplos obstáculos que surgiam, caminhando sempre unidos ao longo da difícil estrada que firmemente se propuseram trilhar, em prol de um Aero Clube Maior e, implicitamente, das Asas de Moçambique e da Aviação Civil Portuguesa.
Pelo incentivo moral, facilidades concedidas e marcado espírito de colaboração desde o início da construção, o Aero Clube de Moçambique endereça, neste expressivo dia da sua vida, cordiais agradecimentos à Direcção do Serviço de Aeronáutica Civil de Moçambique.
O velho sonho agora realizado não se confina somente à construção ora inaugurada, tem continuidade que se traduz na edificação da sua sede, em moldes modernos, englobando campos de jogos e piscina.
A energia, fé inabalável e vontade construtiva que presidiram à construção do hangar, serão as mesmas que, sem desfalecimentos, nos apresentarão, num futuro próximo, numa sinfonia de cor e bom gosto, e, em prossecução do plano de obras já concebido, a majestosa sede do Aero Clube de Moçambique, conjunto que atestará mais uma vez a perene vontade criadora e sem par do povo Lusíada, que “Novos Mundos deu ao Mundo”, escrevendo paginas de ouro na sua incomparável e gloriosa historia.

Evocação

Ao darmos mais um passo na senda do progresso e desenvolvimento da Aviação Civil no Ultramar Português, não podemos deixar de volver os olhos para o passado, num preito de sincera e justa homenagem àqueles que, há mais de três dezenas de anos, foram as asas pioneiras de Moçambique!
Entretanto as maiores dificuldades, a técnica ainda incipiente da aviação desportiva e muitas vezes as criticas derrotistas daqueles que faziam das coisas do ar um sinonimo de loucura, foram eles, esses pioneiros, os fundadores de uma obra de que hoje, todos nós, nos podemos justamente orgulhar!
Para esses jovens de então, de vontade firme e entusiasmo indomável, vai a evocação saudosa e agradecida de todos os que hoje sulcam voando os céus de Moçambique!

FLORINDO RIBEIRO, TORRE DO VALLE, MANUEL ROCHA, JAMES CHILDS e Outros.

O Aero Clube de Moçambique vos agradece!

Galeria de Honra (1959)

Sócios Honorários:
Marechal Francisco Higino Craveiro Lopes
Capitão-de-mar-e-guerra Gabriel Maurício Teixeira
Major Francisco Pinto Teixeira

Sócios beneméritos:
Octávio de Carvalho
Stanley Walters

Sócios Fundadores:
Vivos: Sebastião de Vasconcelos Hermínio Tavares Duarte
Octávio de Carvalho Américo Galamba
Calos Calçada Bastos Faustino de Matos Viegas
Bartolomeu Baptista Picolo Júlio Belo
Norberto Gonçalves Armando Neves
Manuel Alves Cardiga José Antunes Martins
Manuel Alexandre Gago José Tavares Duarte
Joaquim Antunes da Costa Capitão António dos Santos Figueiredo
Miguel Costa Hugh Le May
James York Childs

Falecidos:
Comandante José R. Cabral Florindo Ribeiro
Armando Torre do Valle Miguel Fragoso
João da Silva Pereira Adelino Abrunhosa
Eugénio F. Fernandes João António de Carvalho
Abel Gouges Gilberto Teles
Capitão Luciano Granate José Santos Júnior
Domingos Barreto Ilídio Pedroso
Dr. José Janeiro Júlio Boaventura Real

Créditos: Texto e fotos Cte Vilhena.

135-DETA-CR-BAA (Moçambique)

Foto: Cte. José Vilhena

11/11/06

134-Voando para Quissengue.



Auster igual ao referido no artigo. Clicar aqui, para poder ver a página do Museu do Ar .

Excertos do artigo de Guilherme José de Melo, com o nome Os Espantosos Dançarinos do Quissengue, que podem ler na integra, aqui..




.... O avião que me transporta é um dos pequeníssimos mas rijos «Auster» confiados à Formação Aérea de Voluntários, e o tenente Tito Xavier quem o conduz. Noutro igual àquele em que sigo viaja o meu camarada de jornada, com o piloto Fernando José ao comando.
E, da série de aldeamentos, o do Olumbe o que fica mais junto ao litoral, mesmo na costa, acima de Mocímboa da Praia, e muito embora fosse ali que desejássemos descer primeiramente, isso torna-se-nos impossível, alagada a pista de aterragem pelas violentas chuvadas dos últimos dias.

.....Damos duas ou três voltas largas e quase rasantes por sobre o aldeamento, com a população em peso acorrendo das casas, precipitando-se num frenesi para a pista anexa, aberta a pá e a catana. Vejo homens correndo de arma na mão, dispondo-se a intervalos regulares a toda a volta da faixa de aterragem, enquanto outros, em grupos, se internam no mato próximo. E, minutos volvidos, sobe no mastro, lá em baixo, uma bandeira verde. A meu lado, o tenente Tito Xavier explica-me que aquele é o sinal de que tudo está O.K., preocupações tomadas, a defesa da pista feita, as milícias a postos e que podemos aterrar.
O aparelho corta a velocidade, faz-se à pista, baixa, toca o solo, rola, e quando se detém ...

Da esquerda para a direita na foto: Tenente Tito Xavier, jornalista Guilherme de Melo e Régulo de Nhica do Rovuma. Foto de Tito Xavier.

09/11/06

133-CR-AHL, dos Transportes Aéreos da Zambézia


Emblema da TAZ, oferta de Vitor Silva.
Matricula:CR-AHL Tipo de aeronave: C185a Proprietário: TAZ
Destruido a 29 Mar 1968.

Anexo esta informação dada pelo antigo piloto da OCAPA, Vitor Silva, que mais tarde foi um dos pilotos do Serviço da Aeronáutica Civil, de Moçambique e que já foi referido noutros artigos deste blog. Aproveito para lhe agradecer a paciência que tem tido comigo!!!.
"Se a memória não me engana, trata-se dum Cessna 185, creio que ao serviço da *Ocapa* e propriedade da TAZ – Quelimane.

O Mário Gouveia fez uma aterragem numa praia próxima de Mocímboa da Praia.

Acrescento que a data do acontecimento é anterior a Julho de 1968, pois saí de Porto Amélia por essa data.

O Mário Gouveia era um conhecido e experiente piloto da TAZ. A investigação do incidente, pois foi disso que se tratou, foi desenvolvida pela PIDE/DGS. O acontecimento, atendendo ao local onde ocorreu, onde não era conhecida qualquer actividade da guerrilha, levantou grandes dúvidas e preocupação. Daí a investigação ter sido conduzida por aquela policia, no que respeitava às causas do acidente.
Vítor Silva"
**Editado para acrescentar este esclarecimento, a pedido, da filha do dono da OCAPA:

"A OCAPA encerrou no final de 1968, como diz o Piloto Victor Silva, mas no que se refere ao Cessna 185, não esteve ao serviço da OCAPA.
Inez"
Fotos do avião encontradas em groups.msn.com/BarreirenseI
Informações sobre o acidente: Vitor Silva.
Informações sobre o avião: Cte José Vilhena

08/11/06

132-Dakota abatido em Nacatári em 1974

Tipo e Modelo:Dakota C-47A C/n: 19393 / 42-100930
Matrículas: FAP 6175 , ex: CS-TDA (TAP) e CR-AGD (DETA).
A História do Dakota contada por Francisco Loureiro.
Como prometido, envio a foto do referido avião.
O "cavalheiro" sou eu próprio, em meados de 1974. De salientar que estou com um pé dentro do orifício aberto pelo míssil na fuselagem, o que é revelador do impacto do projéctil.
Sobre a descrição dos factos tenho a dizer o seguinte:
- Naquele dia estava de Piquete, e uma das tarefas que nos era destinada consistia na protecção aos aviões que nos visitavam. Dessa vez, quando atravessei a pista e subia o ressalto feito aquando das terraplanagens, verifiquei que o avião que se preparava para aterrar era de dimensões anormais. Houve comentários de que talvez se destinasse ao nosso regresso (sonhadores!).
Da pista ao arame farpado, onde nos colocávamos, distariam cerca de 20 metros, e quando o mesmo passou pelo local tivemos todos de nos atirar ao chão para evitar sermos "limpos", porque a pista não tinha largura suficiente para tal envergadura. Ao verificar que a pista ia acabar, o piloto decidiu guinar bruscamente para a esquerda, e ao fazê-lo, bateu com a asa direita no chão, tendo esta servido de alavanca para levantar a aeronave e atirá-la para fora da pista do lado esquerdo. De lá saíram, espavoridos mas ilesos, cerca de 20 militares de alta patente dos três ramos das nossas forças armadas, e logo de seguida chegaram os helicópteros, nomeadamente o "Puma", para os recolher.
Deixo aqui a minha homenagem ao piloto que, só com um motor, conseguiu uma aterragem quase perfeita evitando perdas humanas.
Naturalmente que tivemos serviço extra de protecção ao novo "inquilino", até que a Força Aérea desmontasse o que entendeu, sendo as fotos tiradas quando a carcaça já estava recolhida no interior do quartel.
Foto e texto de Francisco Loureiro. O meu Obrigado.
Destruído a 6-5-74, em Nacatári (Moçambique), à aterragem, após ser atingido por míssil “strella”.
Esta informação foi dada pelo Cte. Vilhena, autêntica enciclopédia aeronáutica. Ontem encontrei esta foto num dos sites com fotos dos nossos soldados que estiveram no Norte de Moçambique, durante a Guerra Colonial.

Editado em Novembro 2007

06/11/06

131 - Cancelado


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03/11/06

129-Instalações do Aeroclube da Beira







São as duas exactamente do mesmo dia (Abril/Maio de 2005 já não sei precisar). Varia a luz e a fachada. A 1ª, mais branca, é a fachada do edificio que dá para a pista do aeroporto. A segunda (com as arvores pelo meio) é a fachada oposta, que dá para a estrada. Quem estiver a olhar para a mais amarela de frente, à sua direita, uma centena ou duas de metros tem o edificio do aeroporto.
Explicação do autor das fotos, António Vicente.

01/11/06

127-Aeroporto de Quelimane actualmente

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Fotos enviadas por Luís Bulha.

126-Fotos do velho aeródromo de Quelimane

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Foto de Manuel Ferreira Lavrador, (MFL) 
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Avião da DETA, em Quelimane. Foto de Luís Bulha. 

125- Primeiros aviões de Moçambique

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Fotos de Cte. J. Vilhena

123 - Aeroclube da Zambézia

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CR-ADQ - Tipo Piper J-3C-65 Cub - Nº.série 15735 - Registado em 1952


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Fotos de Manuel Ferreira Lavrador, (MFL) e foram enviadas pelo Luís Bulha.
Obrigada aos dois!!!

121 - Cancelada

Cancelada

120 - Cte Flávio Carvalho


Flávio Alves de Carvalho
Nasceu a 14 de Junho de 1912 em Chaves, voou pela primeira vez como passageiro num velho Farman em Portugal, decidindo desde logo que queria ser piloto. Chegado a Lourenço Marques em 1940, tornou-se sócio do Aero Clube de Moçambique, inscrevendo-se na sua escola de pilotagem onde iniciou a sua instrução a 12 de Novembro, no Tiger Moth “CR-AAR”, sendo largado após 8 horas de voo. Conseguiu a sua licença de piloto de transporte público em 1942, precisamente no ano em que entrou para a DETA, sendo o seu primeiro voo comercial realizado no velho Hornet Moth “CR-AAA”, transportando um só passageiro. Nesta empresa voou praticamente todos os seus aviões, desde o velho Hornet Moth, passando pelo Dragonfly, Dragon Rapide, Junkers JU-52, Dove, Dakota, Electra, Lodestar e Friendship.
A 13 de Novembro de 1954 atingiu a marca das 10.000 horas de voo num vo realizado no Dakota “CR-ABQ” proveniente de Salisbury, tendo sido o primeiro Piloto Português a ultrapassar as 20.000 horas, quando aterrou com o Friendship CR-AIA em Lourenço Marques proveniente de Joanesburgo a 5 de Junho de 1964.
Reformou-se em 1974, tendo efectuado o seu último voo num Friendship “CR-AIA” a 11 de Dezembro, com um total de 28.453 horas de voo.
Faleceu em Lisboa a 26 de Janeiro de 2001, com 89 anos de idade.
Obrigada Célia Carvalho pela ajuda.


Recortes de Cte. J. Vilhena
Recorte do jornal Noticias de LM, de 6.6.1964 referindo a Homenagem dos colegas pelas 20 000 horas de voo
 Espólio Rui Monteiro

119- Emblemas ligados à aviação moçambicana

Clicar na foto para aumentar a imagem!!!

Alguns dos emblemas que representam Companhias ligadas à aviação civil, em Moçambique.

O meu agradecimento a Zé Vilhena, João M. Vidal, Mesquitela, São Camposinhos e Jaime Gabão, entre outros.