O Voando em Moçambique é um pequeno tributo à História da Aviação em Moçambique. Grande parte dos seus arquivos desapareceram ou foram destruídos e o que deles resta, permanecem porventura silenciosos nas estantes de muitos dos seus protagonistas. A História é feita por todos aqueles que nela participaram. É a esses que aqui lançamos o nosso apelo, para que nos deixem o seu contributo real, pois de certo possuirão um espólio importante, para que a História dessa Aviação se não perca nos tempos e com ela todos os seus “heróis”. As gerações futuras de certo lhes agradecerão. Muitos desses verdadeiros heróis, ilustres aventureiros desconhecidos, souberam desafiar os perigos de toda a ordem, transportando pessoas e bens de primeira necessidade ou evacuando doentes, em condições meteorológicas adversas, quais “gloriosos malucos das máquinas voadoras”. Há que incentivar todos aqueles que ainda possuam dados e documentos que possam contribuir para que essa História se faça e se não extinga com eles, que os publiquem, ou que os cedam a organizações que para isso estejam vocacionadas. A nossa gratidão a todos aqueles que ao longo dos tempos se atreveram e tiveram a coragem de escrever as suas “estórias” e memórias sobre a sua aviação. Só assim a História da Aviação em Moçambique se fará verdadeiramente, pois nenhum trabalho deste género é suficientemente exaustivo e completo. A todos esses ilustres personagens do nosso passado recente que contra tudo e todos lutaram para que essa história se fizesse, a nossa humilde e sincera homenagem.

A eles dedicamos estas linhas.

José Vilhena e Maria Luísa Hingá

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Quem tiver fotos e/ou documentos sobre a Aviação em Moçambique e os queira ver publicados neste blogue, pode contactar-me pelo e-mail:lhinga@gmail.com

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13/12/06

167-Raid Aéreo Lisboa – Guiné – Angola – Moçambique – Lisboa

Adicional ao Artigo 39

Cruzeiro Aéreo às Colónias

Extraído do Jornal Noticias – 30 de Janeiro de 1936



Coronel Cifka Duarte, comandante do cruzeiro, pronunciando ao microfone algumas palavras de saudação á população.

Os aviões na formação com que chegaram ao campo de aviação . Ao centro, o Sr. Coronel Cifka Duarte, entre o Presidente da Câmara Municipal, Sr. Engenheiro Pinto Teixeira, e o Sr. Tenente-Coronel Verdades de Miranda, presidente da Comissão Organizadora da recepção aos aviadores.


A confusão no campo é agora grande, vendo-se os aviadores dispersos, recebendo aqui e ali abraços de amigos e saudações de membros da população.

Torna-se impossível reuni-los todos, dirigindo-se o Coronel Cifka Duarte, a convite do Grémio dos Radiofilos, ao microfone montado no campo, onde pronunciou as seguintes palavras:

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Conseguindo-se, enfim, passar palavra a todos os aviadores, organiza-se, a custo, o cortejo até á Câmara Municipal, onde a guarda de honra era feita pelo Corpo de Salvação Pública, de grande uniforme. A sala achava-se repleta quando, meia hora depois, se realizou a sessão de boas-vindas, estando presentes todos os aviadores, á excepção do Tenente Manuel Gouveia, por ter recolhido ao hotel doente, vendo-se na sala muitos componentes do alto funcionalismo, representantes de colectividades e muitas senhoras, ostentando os vereadores as suas faixas verde-rubras.

O Sr. Engenheiro Pinto Teixeira, abrindo a sessão, pronunciou o seguinte discurso:

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Obrigada Cristina Teixeira Pinto pela cedência de cópia do artigo do Jornal de Noticias

1 comentário:

Carlos disse...

O Coronel aviador, Salvador Alberto du Courtills Cifka Duarte (dado Cifka ser o apelido de um célebre ceramista checo que na 2ª metade do século XIX veio para Portugal, trazido pelo rei consorte Fernando Augusto de Saxe-Coburgo-Gota, casado com Dª Maria II) poderá ser descendente daquele artista que viveu em Sintra. É a 2ª vez que tomo conhecimento de alguém com esse nome nesse período, final séc. XIX, início séc. XX.