"Mais uma vez tivemos oportunidade de ler um excelente artigo sobre a História da Aviação em Moçambique, na revista Mais Alto de Jul/Ago de 2007.
Armando Torre do Valle é indubitavelmente uma figura incontornável quando se escreve sobre a Aviação da nossa ex-colónia.
Que gosto e que prazer terão de certo todos os Moçambicanos quando lêem os feitos deste Pioneiro da Aviação, Homem de visões largas e uma tenacidade ímpar.
Obrigado Dr. Vasco d’Avillez por nos permitir recordar esta página notável da História da nossa Aviação.
Contudo não posso deixar de lhe enviar duas pequenas notas de roda pé em relação ao que escreveu, sem contudo pôr em causa a veracidade do conteúdo do seu excelente artigo.
Quando refere que eu afirmei que”...Torre do Valle efectuou a sua ligação aérea Moçambique – Inglaterra e não a ligação aérea Moçambique – Metrópole...” , mais não faço do que historicamente revelar uma obvia constatação. Lendo o seu artigo, descreve e bem que Torre do Valle e o seu Gaza III “...parte de Lisboa com a sua mulher Emma no dia 19 de Junho de 1933 via Madrid, Biarritz e Paris aterrando em Londres em 22 de Junho ...”
Parece, desde sempre, ter sido este o objectivo final do intrépido aviador, quando a 1 de Abril de 1933, descolou do Xai Xai (Chai-Chai como era escrito naquele tempo, já que no novo e independente Moçambique transformou o “Ch” em “X”, vá.se lá saber porquê). É natural que toda este epopeia tivesse na imprensa de então, como bem aponta, um valor sentimental e político importante na ligação da Colónia à capital do Império, levando-a a empolgar o facto de se tratar de um raid aéreo Moçambique – Metrópole. Semântica à parte, se bem me lembro, sempre em Moçambique se considerou o destino final como as terras de Sua Majestade, o que torna o feito foi bem maior para a época, acrescentando ao palmarés do aviador, o percurso Alverca – Londres.
A isto se refere, como pode constatar, o “Notícias” de Lourenço Marques a 1 de Abril de 1964, data da comemoração dos 31 anos da efeméride. (Post 236).
Em relação ao Gaza V, o DeHavilland Hornet Moth “CR-AAC” que pertenceu a Torre do Valle, convém a bem da verdade histórica acrescentar que este avião foi cedido/vendido à DETA em 1936, passando a fazer parte da sua frota até Agosto de 1967, altura em que o mesmo foi oferecido ao Aeroclube de Moçambique, numa cerimónia presidida pelo Eng. Fernando Seixas, na altura Director dos CFM (Caminhos de Ferro de Moçambique), e pelo Eng. Abel de Azevedo (Director da DETA). (Post 50).
Em 1972, e não “...depois de 1974....” como afirma, foi o mesmo oferecido ao Museu do Ar em Alverca pela direcção do Clube, passando a fazer parte do seu espólio, pois estava imobilizado já há uns anos no fundo de um hangar, (tal como o seu irmão CR-AAA ainda em poder da LAM, empresa que sucedeu à DETA), graças à inexistência de peças de substituição. (Post 118)
José Vilhena"
4 comentários:
É assim mesmo. Rigor é outra conversa.
Com a história não se brinca.
Parabens Comandante
Vítor Silva
Eu aproveito para agradecer a inestimável ajuda que me têm dado os Comandantes Vilhena e Vítor Silva e tantos outros.
Não me canso de ler estas relíquias da nossa história fantástica da nossa aviação de Moçambique. Bem haja cmtes Vilhena e Víctor Silva.
abraços
Carlos Schmidt
Não vem a propósito, mas há mais aviões de Moçambique no blogue "Quanto Mais Quente Melhor" (http://petas.blogs.sapo.pt/)
Bj.
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