O Voando em Moçambique é um pequeno tributo à História da Aviação em Moçambique. Grande parte dos seus arquivos desapareceram ou foram destruídos e o que deles resta, permanecem porventura silenciosos nas estantes de muitos dos seus protagonistas. A História é feita por todos aqueles que nela participaram. É a esses que aqui lançamos o nosso apelo, para que nos deixem o seu contributo real, pois de certo possuirão um espólio importante, para que a História dessa Aviação se não perca nos tempos e com ela todos os seus “heróis”. As gerações futuras de certo lhes agradecerão. Muitos desses verdadeiros heróis, ilustres aventureiros desconhecidos, souberam desafiar os perigos de toda a ordem, transportando pessoas e bens de primeira necessidade ou evacuando doentes, em condições meteorológicas adversas, quais “gloriosos malucos das máquinas voadoras”. Há que incentivar todos aqueles que ainda possuam dados e documentos que possam contribuir para que essa História se faça e se não extinga com eles, que os publiquem, ou que os cedam a organizações que para isso estejam vocacionadas. A nossa gratidão a todos aqueles que ao longo dos tempos se atreveram e tiveram a coragem de escrever as suas “estórias” e memórias sobre a sua aviação. Só assim a História da Aviação em Moçambique se fará verdadeiramente, pois nenhum trabalho deste género é suficientemente exaustivo e completo. A todos esses ilustres personagens do nosso passado recente que contra tudo e todos lutaram para que essa história se fizesse, a nossa humilde e sincera homenagem.

A eles dedicamos estas linhas.

José Vilhena e Maria Luísa Hingá

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Quem tiver fotos e/ou documentos sobre a Aviação em Moçambique e os queira ver publicados neste blogue, pode contactar-me pelo e-mail:lhinga@gmail.com

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Por motivos alheios algumas das imagens não abrem no tamanho original. Nesse caso podem selecionar “abrir imagem num novo separador” ou “Guardar imagem como…”.

23/11/09

640-Cte. José Marques Sepodes

O comandante José Marques Sepodes nasceu a 15 de Outubro de 1926 em Mira de Aire, (Portugal), aos três anos foi viver com os pais para Moçambique onde viveu até à sua morte em 1970. Em 1950 casou com Olinda Suzete Marques Sepodes e teve 3 filhos José Carlos, Vítor José e Olinda Maria.

Em 1950 ingressou na DETA como piloto e aí fez a sua carreira até ser promovido a comandante de aeronaves. Fez mais de 15.000 horas de voo, ao comando dos mais variados modelos que compuseram a frota da empresa, nomeadamente os Dove, Dakotas, Friendship e Boeing.

Faleceu no trágico acidente do Fokker Friendship “CR-AIB” baptizado por Beira, a 28 de Março de 1970, durante um voo de instrução no Aeroporto de Mavalane.

Do comandante José Sepodes lembra-se a sua imagem de excelente profissional e de homem directo e assertivo, que deixou muitos amigos por todo o Moçambique ao longo dos vinte anos em que percorreu os céus aquele belo País.




José Sepodes no inicio da carreira


Nos anos 60 José Sepodes e Flávio Carvalho

Em 1961 José Sepodes e Luis Branco, em João Belo, durante a visita do Governdor-Geral.


Mensagem de José Sepodes, filho do Cte. Sepodes, a quem agradeço muito o envio das fotos:

"Tive a oportunidade de aceder ao blogue -Voando em Moçambique- e fiquei grato por alguem se ter lembrado de recordar para a eternidade os "heróis" da antiga Aviação Comercial de Moçambique.
Junto fotos do meu pai, Comandante José Sepodes, que faleceu trágicamente no acidente ocorrido no Aeroporto de Mavalane em 1970.
Pela seu profissionalismo e dedicação à DETA resolvi enviar algumas fotos que o recordam, e de forma a fazer par com os seus valorosos colegas que são ilustrados no seu blogue.

Muito obrigado
José Carlos Sepodes "

1 comentário:

Susete disse...

Foi com a maior emoção que tomei conhecimento do presente blogue. Primeiro, porque tudo o que me recorde Àfrica me emociona, depois, e sobretudo, porque a DETA me recorda o meu querido tio Spodes, homem extraordinário, não só como profissional que foi, pois a aviação e a DETA, eram a sua paixão, mas também como tio muito querido e sempre muito amigo da família.
A sua prematura e trágica morte ainda hoje, volvidos mais de 30 anos, me toca, e recordo-o com imensa saudade.