O Voando em Moçambique é um pequeno tributo à História da Aviação em Moçambique. Grande parte dos seus arquivos desapareceram ou foram destruídos e o que deles resta, permanecem porventura silenciosos nas estantes de muitos dos seus protagonistas. A História é feita por todos aqueles que nela participaram. É a esses que aqui lançamos o nosso apelo, para que nos deixem o seu contributo real, pois de certo possuirão um espólio importante, para que a História dessa Aviação se não perca nos tempos e com ela todos os seus “heróis”. As gerações futuras de certo lhes agradecerão. Muitos desses verdadeiros heróis, ilustres aventureiros desconhecidos, souberam desafiar os perigos de toda a ordem, transportando pessoas e bens de primeira necessidade ou evacuando doentes, em condições meteorológicas adversas, quais “gloriosos malucos das máquinas voadoras”. Há que incentivar todos aqueles que ainda possuam dados e documentos que possam contribuir para que essa História se faça e se não extinga com eles, que os publiquem, ou que os cedam a organizações que para isso estejam vocacionadas. A nossa gratidão a todos aqueles que ao longo dos tempos se atreveram e tiveram a coragem de escrever as suas “estórias” e memórias sobre a sua aviação. Só assim a História da Aviação em Moçambique se fará verdadeiramente, pois nenhum trabalho deste género é suficientemente exaustivo e completo. A todos esses ilustres personagens do nosso passado recente que contra tudo e todos lutaram para que essa história se fizesse, a nossa humilde e sincera homenagem.

A eles dedicamos estas linhas.

José Vilhena e Maria Luísa Hingá

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Quem tiver fotos e/ou documentos sobre a Aviação em Moçambique e os queira ver publicados neste blogue, pode contactar-me pelo e-mail:lhinga@gmail.com

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08/02/07

215 - Acidente do CR- AAJ, da DETA, na Lagoa Pati, em 1950

Tripulantes do voo:
Cte. Álvaro Nogueira
Cte. Augusto Rodrigues
Alfredo Trancoso

Relato do passageiro César Morais:

Estavam a acabar as férias. 

Recomeçavam as aulas no Liceu 5 de Outubro, o único em todo o Moçambique, na época. Tínhamos de voltar a abalar para Lço Marques. 

Eu voltava, uma vez mais, para casa do Sr. Abrunhosa, na 24 de Julho, nº 49. 

O dia do “embarque”, no aeroporto de Quelimane estava marcado com antecedência. O tempo estava a pôr-se chuvoso, o que era “chato” para se andar de avião. Já tínhamos feito 4 vezes aquela viagem entre Quelimane e Lço. Marques. Sempre que íamos para, ou vínhamos, das aulas. A distância não permitia outro meio de transporte. 

A DETA tinha uns aviões pequenos, que “dançavam” muito nos “poços-de-ar” e, faziam muito “mais esforço” a subir e a descer… Qual seria o que nos iria calhar desta vez? 

Bom. Este avião vinha do Norte, de Nampula, já com alguns estudantes e, seguiria connosco, recolhendo mais alguém na Beira e, se calhasse... em Inhambane também. 

Chegara o dia. Lá fomos para o aeroporto (era o “aeroporto velho” ainda). Estávamos lá todos, no bulício habitual destas chegadas e partidas. Os passageiros mais as famílias e amigos… mais os que por profissão a isso eram obrigados… e, vários curiosos. Havia uma série de coisas para fazer, antes de “embarcar”. Meu pai foi tratar disso. 

Chegou algum tempo depois, mas... para dizer que o avião tinha chegado com uma avaria e que estavam a tratar disso… 

-“Bolas! Ir num avião que acabava de chegar, avariado!!!!... Não me senti especialmente feliz com a notícia.” 

Bom… o pior é que passada cerca de uma hora, nos vieram dizer que a avaria exigia uma peça nova, e que ela teria de vir de Lço. Marques… pelo que o voo ficava adiado. 

Uf!... Pelo menos já não íamos naquele dia! Com uma avaria remediada, se calhar, à pressa!... 

Voltámos para casa… mais uns dias de férias… Bestial!... 

Dois ou três dias depois, com céu meio encoberto… lá voltámos ao aeroporto… 

Desta vez era para valer mesmo. A peça tinha chegado e até tinha vindo com ela um Engenheiro da DETA, para corrigir a situação. Ele regressava a Lço. Marques connosco. 

- “Todos a bordo!” 

Fiquei sentado no último banco cá atrás, do lado direito da cabine… o único duplo. Mas fiquei junto à janela, donde podia ver tudo lá para baixo pois ficava atrás da asa direita. Ao meu lado ficou sentado um “miúdo”, também estudante, cujo nome e proveniência já me não recordo… e também, o tal Engenheiro da DETA. 

Hoje ao ver uma réplica do Junker no Portugal-dos-Pequenitos em Coimbra… admira-me o quão pequeno era aquele avião… e como era pequena a cabina e acanhados os lugares para os passageiros. Na altura achei-o, com prazer… um avião bem grande, com uma cabina bem espaçosa… comparando-o com os outros em que já fizera aquela viagem antes… É giro ver como são diferentes as perspectivas, de acordo com as transformações que nós próprios vamos sofrendo!... 

No banco à minha frente sentou-se a D. Ana do Chinde (que só agora fiquei a conhecer, ao ler o extracto do livro do Comandante Faria Peixoto). Vinha com uma perna engessada (provavelmente partida…) e que ajeitou ao lado do banco à sua frente. Era mesmo uma pessoa alegre e comunicativa. 

Levantámos voo e seguimos viagem, impecavelmente, com bom tempo e, rapidamente estávamos acima daquelas grandes nuvens muito brancas e resplandecentes ao sol, desenhando aqui e ali formas variadas, com pequenos nichos de sombra, a dar-lhes aquela perspectiva tridimensional maravilhosa. Voávamos dentro de um pequeno-grande mundo virtual… que estava mesmo ali! 

Parámos na Beira. Sempre uma delícia sair do avião!... Muito melhor do que quando entramos… Terra firme!... vida e movimento!... O calorzinho de “lá-de-fora”!... andar, ver e contactar com pessoas e paisagens diferentes… 

Voltámos ao voo, a caminho de Lço. Marques… das aulas… das jogatanas muito disputadas ao berlinde, nos intervalos… dos jogos do “paulito” na Rua Coronel Galhardo por trás da 24 de Julho, com a “malta” (o Manel – Cara-Suja, o Rodrigo Tudela, o Nuno Revés, e às vezes outros que se nos juntavam) … das cowboiadas nas matinés de sábado no Scala, à borla, naquela “nossa” fila do balcão, com direito a filme duplo, mais um episódio do Super-Homem, mais aquele batido de sorvete e coca-cola na Socigel, naquela esquina para onde corríamos no intervalo da matiné… (era uma fila atribuída aos Cabaços e amigos – o Zé Luís Cabaço, o Manel Jorge, o Márito e a Nélita)… 

Bom! Mas surpresa!... Estávamos a perder altura de forma controlada e íamos aterrar de novo!... Seria Inhambane?... 

Era Mambone. Um aeroporto desactivado. Aterrava ali pela primeira vez. Bestial! Mais um aeroporto conhecido!... Era uma pequena pista (mal amanhada) e uma palhota grande, com espaços para as pessoas poderem estar… com bancadas de madeira… e um compartimento fechado, onde havia um telefone. 

Tínhamos parado para que a tripulação ficasse a saber bem como estava o tempo entre Inhambane e Lço. Marques. 

Havia um ciclone que se mantinha nessa zona. Ainda bem que o Comandante Nogueira tinha metido na Beira, gasolina em quantidade francamente superior à habitualmente necessária, pois iríamos ter assim, maior disponibilidade de recursos para enfrentar o mau tempo. 

- “Tudo para o avião!” 

E aos “tropeções” na pista de Mambone lá levantámos voo… (o último daquele Junker… que até tinha na altura, a mesma idade que eu… 11 anos). 

O tempo estava magnífico… radioso… 

… Bem à nossa frente! … De repente!... Desenhou-se o horrível!... 

Uma enorme massa de nuvens cinzentas e negras… estendendo-se de horizonte a horizonte…em direção às quais, estávamos inexoravelmente a voar… 

Era nítida a diferença entre o espaço limpo, luminoso, ensolarado e rico daquelas nuvens, cúmulos majestosos, em que agora voávamos e aquela enorme massa cinzenta-negra, bem ameaçadora, em direção à qual estávamos a avançar a grande velocidade. 

Estamos tramados! Vai começar a “dança”! – pensei. 

Os 3 motores do Junker mantinham a sua toada, ronronando de forma uniforme… a que já nos habituáramos… 

Bom! Começou! Entrámos nas nuvens negras! O avião começou logo a sacudir-se… a abanar… e começaram os malditos poços-de-ar…de vez em quando lá tínhamos aquelas quedas-desamparadas… para logo depois ficarmos pregados nos lugares com o avião a retomar a altitude a toda a força dos seus três possantes motores da Junker. 

Sentimos o avião a lutar para subir acima daquela massa de nuvens ameaçadoras… Continuavam as sacudidelas, abanões e poços-de-ar… mal saíamos de um, caíamos logo noutro!... 

As pessoas começaram a enjoar e a vomitar nos respetivos sacos, que depois punham nas redes por cima das cabeças, já fechados e cheios. 

Alguém precisou de ir ao WC, um pouco atrás do nosso banco… quando de lá saiu ficou um rasto algo malcheiroso… que acabou por passar… 

O avião não conseguiu (ou não quiseram forçá-lo a isso) sobrepor-se às nuvens do ciclone, e à altitude a que voávamos viam-se em baixo, só copas-de-árvores-enormes e… água. Os terrenos que sobrevoávamos já estavam encharcados com aquela chuva ciclónica. 

Lembro-me de pensar como seria bom que aterrássemos depressa para que aquilo tudo acabasse. Estávamos, de repente, todos exaustos de tanto abanão… de tanta tensão, com aquelas quedas bruscas e subidas também bruscas… 

De repente! 

- “Rezem meus filhos que vamos morrer! Avé Maria, cheia de Graça…” 

A D. Ana do Chinde, mesmo à minha frente soltara este grito, começando logo a rezar… e nós todos a segui-la na oração e a responder-lhe alto nas – “Santa Maria, Mãe de Deus…” 

Olhei de imediato para o meu motor (o da asa direita) e estava tudo bem. Foi quando consegui, apesar dos abanões, espreitar para o motor da esquerda… que percebi – estava parado!!!! Mas o Junker tinha 3 motores… O avião mantinha-se impecável no seu ímpeto selvagem a subir rapidamente quando recuperava de um poço-de-ar… os abanões e sacões eram os mesmos… 

- “Santa Maria, Mãe de Deus…” 

Pronto! Isto está mesmo mal! O motor da direita, ali mesmo a meu lado, “resfolegou”… ainda tentou mas acabou também parado!!!... Como estaria o motor da frente????? 

Também parara... 

Aí vamos nós a planar mas super exaustos para pensarmos em alguma coisa… e anestesiados pela oração… 

- “Avé Maria, cheia de Graça…” 

Lá em baixo, agora mais nítido… era só água e copas-de-árvores… copas-de-árvores e água… chovia torrencialmente, relampejava e o avião sacudia-se numa “dança-maluca”… 

- “Uiiiii!!!... Um poço-de-ar bem maior… em que o avião “parecia-que-se-tinha-dobrado-a-meio-e-descido-a-pique”… para endireitar-se depois mas sem ter feito então, aquele potente esforço motorizado habitual para retomar a altitude… 

- “ Santa Maria, Mãe de Deus…”Continuávamos todos a rezar. Tinham-nos mandado apertar os cintos. Nós naquele banco duplo, não os encontrámos. O Engenheiro fincou os pés na base do banco da frente e agarrou com força o meu companheiro, ao seu lado. A mim aconselhou-me que me segurasse ao ferro horizontal das costas do banco da frente e que baixasse a cabeça. 

- Uiiiii!!!... Mais uma vez aquele frio horrível na barriga, produzido por nova queda aparentemente a pique, devida a novo poço-de-ar e mais uma vez o avião a endireitar o nariz e a reequilibrar-se naquela barafunda infernal mas sem voltar a ganhar altitude… 

- “Ave Maria cheia de Graça…” 

Já estávamos bem baixos… A aterragem estava eminente… Chovia torrencialmente… O avião sacudiu-se ao cortar os ramos de uns coqueiros e algumas árvores com as asas e os estabilizadores do leme e… 

Buumm!...Buumm! Esssssssllslslsls!... Silêncio!... 

Doía-me a cabeça à frente e atrás… das pancadas que terei dado no ferro do banco da frentemas… de resto tudo bem! Logo apareceram os tripulantes com as caras ensanguentadas, com vários lenhos, escoriações e cortes mas “completamente bem”! 

Todos bateram as palmas e todos se levantaram a abraçar-se. 

O Engenheiro com alguma dificuldade, pois escorregara e magoara uma perna debaixo do banco da frente do lado esquerdo da coxia central… a ponto de partir o banco. A D. Ana, com a sua perna engessada, escapara ilesa e fazia por se levantar e felicitar efusivamente os pilotos e todos. Estávamos todos bem! 

O avião “sossegara” de vez! Lá fora só chuviscava e nem estava uma tarde muito escura! 

Com a violência do embate...os sacos com vómitos caíram de cima das redes e espalharam o conteúdo por onde calhou. A porta do WC tinha-se partido… os cheiros misturaram-se e eram nauseabundos… 

Vomitei! Por certo pelo cheiro… pelos nervos… pelo fim daquela tensão toda. 

Abriram-se as janelas de emergência para ventilar… saíram os maus cheiros, mas entraram nuvens de mosquitos… 

A porta do avião abriu, não sem alguma dificuldade. 

Um ou dois dos tripulantes saíram, pois tinham avistado umas pessoas, por certo habitando ali por perto, que teriam presenciado a queda do avião. Mas voltaram sem terem encontrado ninguém, nem habitações. 

Recolheram-se as bolachas, merendas e garrafas de água ou sumos que as pessoas levavam. À cautela. 

Nós os miúdos, acomodámo-nos nos bancos em que vínhamos para não atrapalhar os movimentos e deliberações dos adultos. A noite caiu rápida. Acenderam-se candeeiros a petróleo para não gastar as baterias… necessárias para pedidos de socorro, pela rádio, na manhã seguinte. 

Para os mosquitos da Lagoa Pati, em cujas margens tínhamos aterrado… estava a ser um festim mas a cada palmada também matávamos aos seis ou sete de cada vez… 

Os calções curtos e balalaica de manga curta que trazia… por mais que me enrolasse no meu canto do banco duplo… não me conseguiam livrar minimamente daquele feroz bicho da selva africana. 

Os grilos, as rãs e a restante bicharada da zona, ia enchendo a noite de ruído mas ruído do bom… ruído bem terrestre e conhecido… que nos encantou. 

Olá! Estavam umas luzes lá fora a aproximarem-se de nós! Alguém vinha ter connosco! 

Era um professor, regente escolar, de uma Escola próxima, que tinha sido alertado pelas tais pessoas que tinham presenciado a queda do avião, e que já tinha enviado “estafetas” a comunicar a nossa situação e localização à Administração de Macia. 

E… Maravilha! Trazia leite e chá quentes, em garrafas térmicas, e mandioca cozida (sem sal). Coube a cada um de nós uma chávena de leite quente (e chá se quisesse), e duas mandiocas cozidas. Huum!... Uma delícia!... Mesmo sem sal… 

Tudo na maior!... Se não fossem os mosquitos… 

Dormimos o que pudemos. 

Madrugada bem cedo chegaram 3 a 4 Jeeps que desceram a mata até bem perto do avião, com pessoas da Administração de Macia, com mais leite e chá quente, pão, bolos e bolachas… Ninguém passou fome mesmo… 

Agora é que podíamos ver bem o avião. Só tinha os estabilizadores do leme da cauda esfrangalhados. O trem de aterragem, partido no primeiro e estrondoso embate, tinha ficado uns 100 metros atrás…o avião tinha deslizado “de barriga”… e parado a outros 100 metros das primeiras árvores em frente… Perícia do Comandante Álvaro Nogueira e... Milagre para todos!... 

A caravana partiu aliviada e bem disposta para Macia. A Esposa do Administrador e as outras Senhoras tinham preparado um “lanche-almoçarado” volante, em grandes mesas. Comemos e bebemos refrigerantes e sumos à vontade. 

- “Quem é o estudante António César Morais?...” 

- “Sou… eu! Disse, admirado… 

- “Venha daí, que vai ser o primeiro a ser evacuado! A avioneta já está pronta! 

- “Mas… eu? … Porquê?... Assustei-me… (Avioneta!!! NÃO!!! Eu NÃO!!! De avião outra vez!!!!? Não! Não!... Mas que fazer para o evitar????) 

- “Sim. O seu pai está no aeródromo do Bilene, à sua espera e pediu-nos para que fosse o primeiro a ir.” 

- Mas… de avião?!!! 

- “Sim. O ciclone cortou a estrada entre Macia e o Bilene. Está tudo inundado. Tem de ser de avioneta.” 

Enfiaram-me um enorme casacão de couro, que me tapava até aos pés, e um capacete também de cabedal, de aviador, com óculos de proteção (daqueles antigos)… Bom até já me estava a sentir vaidoso com aquela fardeta, a sério, de aviador… 

Sentei-me no lugar da frente, amarrado com vários cintos de segurança… com uma “desgramada” de uma “manete” de comando entre as pernas… que afastei o mais possível dela, durante toda a viagem (para não atrapalhar minimamente o comando da avioneta)… o piloto sentou-se no lugar de trás… 

E lá fomos. A avioneta rolou na pista de Macia e… até rolar e parar na pista do Bilene… eu mal ousava esticar o pescoço para ir vendo os terrenos alagados que íamos sobrevoando… 

E no Bilene tinha, claro, o “Pai-mais-querido-do-mundo” à minha espera. 

Foi quando nos fotografaram para o Notícias. 

Ele tinha sido o único pai que soubera do acidente na própria tarde do dia anterior, porque, estando de serviço em Lço. Marques, tinha ido ao aeroporto esperar-me. Tinha sabido da queda do avião com os motores parados por falta de gasolina… e só nessa manhã soubera que estávamos todos bem. Passara uma noite atroz! 

Viemos de carro do Bilene para Lço. Marques. Dois dias depois estava de cama com uma crise valente de paludismo, que “graças-a-Deus” foi rápida e eficazmente debelada só com uma semanada de cama. 
César Morais 2007 

 

4 comentários:

José Vilhena disse...

Caro César Morais
Parabéns pela sua narração e obrigado por partilhar conosco!
57 anos volvidos sobre o acidente do Junkers da DETA na Lagoa Pati, demonstra bem que a sua memória reteve incólume o susto por que deve ter passado!
Coisas da Aviação neste caso em Moçambique!
José Vilhena

César Morais disse...

Foi um gosto recordar aquele acontecimento. É realmente uma memória inolvidável... Poderá parecer estranho... mas não houve realmente susto... nem grande nem pequeno.
Não sei explicar porquê... mas não ouvi a nenhum dos "miúdos" que lá vinham qualquer referência a susto!
Havia mesmo uma certa insensibilidade, creio... Talvez pelo cansaço e pela oração...
Foi muto tempo de "pancadaria" séria... no meio daquele ciclone...
Talvez pela rapidez com que tudo aconteceu desde o "Rezem, meus filhos..."
São mesmo coisas da aviação...
Um abraço
César Morais

Luisa Hingá disse...

Agradeço-te mais uma vez este belo artigo.
Abraços

César Morais disse...

O prazer também foi meu. Quer ao recordá-lo... assim... mais ao vivo... para o partilhar... Quer pela simpatia com que ele tem sido recebido pelas pessoas.
Obrigado pelo incentivo para o escrever.
Abraço amigo
César Morais