O Voando em Moçambique é um pequeno tributo à História da Aviação em Moçambique. Grande parte dos seus arquivos desapareceram ou foram destruídos e o que deles resta, permanecem porventura silenciosos nas estantes de muitos dos seus protagonistas. A História é feita por todos aqueles que nela participaram. É a esses que aqui lançamos o nosso apelo, para que nos deixem o seu contributo real, pois de certo possuirão um espólio importante, para que a História dessa Aviação se não perca nos tempos e com ela todos os seus “heróis”. As gerações futuras de certo lhes agradecerão. Muitos desses verdadeiros heróis, ilustres aventureiros desconhecidos, souberam desafiar os perigos de toda a ordem, transportando pessoas e bens de primeira necessidade ou evacuando doentes, em condições meteorológicas adversas, quais “gloriosos malucos das máquinas voadoras”. Há que incentivar todos aqueles que ainda possuam dados e documentos que possam contribuir para que essa História se faça e se não extinga com eles, que os publiquem, ou que os cedam a organizações que para isso estejam vocacionadas. A nossa gratidão a todos aqueles que ao longo dos tempos se atreveram e tiveram a coragem de escrever as suas “estórias” e memórias sobre a sua aviação. Só assim a História da Aviação em Moçambique se fará verdadeiramente, pois nenhum trabalho deste género é suficientemente exaustivo e completo. A todos esses ilustres personagens do nosso passado recente que contra tudo e todos lutaram para que essa história se fizesse, a nossa humilde e sincera homenagem.

A eles dedicamos estas linhas.

José Vilhena e Maria Luísa Hingá

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Quem tiver fotos e/ou documentos sobre a Aviação em Moçambique e os queira ver publicados neste blogue, pode contactar-me pelo e-mail:lhinga@gmail.com

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06/09/09

621 - Cte.Álvaro António Fernandez Ferreira

Álvaro Ferreira (1924 – 2009)
Álvaro António Fernandez Ferreira nasceu no Porto a 17 de Agosto de 1924. Tirou em Espinho a licença de Piloto de Turismo nº 176 em 1946 na escola de pilotagem do Aero Clube do Porto e foi o chefe do 1º curso de piloto de Planadores na Escola de Voo de Sta. Iria de Azóia, a convite de Humberto Delgado, então Diretor do Secretariado da Aeronáutica Civil. Foi titular da 1ª licença de voo em planadores emitida pela 1ª escola portuguesa com instrutores portugueses.
Ingressou em 1947 na Escola Prática de Aeronáutica Militar  (EPAM) onde frequentou o CITPAM - Centro de Instrução e Treino de Pilotos Aviadores Milicianos. Posteriormente em 1950 efetuou o curso para pilotos de caça em Sintra, Ota, Espinho e S. Jacinto.
Em 1953 ruma a Moçambique onde obteve a sua licença de piloto de transportes a 16 de Outubro desse mesmo ano. Prestou serviço em várias companhias de táxi aéreo, entre elas a SETA e a TAM na Beira, e a TAZ em Quelimane. Fez uma passagem pela SATA nos Açores em 1965 onde voou o lendário Dakota.
Em 1966 foi nomeado diretor de vendas da firma Spence and Weedon para Angola e Moçambique, representante da Siai-Marchetti, Mooney, Citabria e Aircoupe.
Fez vários voos de Ferry entre a Europa, Moçambique, Angola e a África do Sul pela Costa Ocidental e Oriental de África (Cairo e Guiné) com aviões "plurimotores".
Executou missões de evacuação de doentes em perigo de vida para o Hospital da Beira, entre eles José Serra Pires a 7 de Maio de 1955 e A. Pina Duarte a 30 de Junho de 1956, voos executados em muito más condições meteorológicas.
Realizou várias missões de busca e salvamento de náufragos e de pessoas perdidas na "selva".
Assistência e lançamento de ajuda humanitária a populações vitimas de calamidades.
Fez transporte e distribuição de meios de comunicação e defesa aos postos Administrativos. Todos estes atos foram reconhecidos pela Procuradoria Geral da República em 1989 no despacho 126/89. O ministro da Defesa baseado no despacho da Procuradoria Geral da República propôs ao Governo a concessão da Ordem de Mérito.
Reformou-se aos 60 anos de idade, tendo completado cerca de 24.000 horas de voo.
Faleceu em Lisboa a 25 de Maio de 2009.








Foto enviada pelo filho Álvaro.



4 comentários:

Rui Sousa, Madeira Spotters disse...

Ora aí está uma insígnia pintada sob os escapes que nunca tinha visto...
Alguém sabe algo mais acerca dessa mesma insígnia e/ou da Esquadrilha / Avião?

Luisa Hingá disse...

Já pode ver a resposta no artigo. Obrigada pela visita.
Luísa Hingá

José Vilhena disse...

Uma passagem baixa pela página dos Hurricane no Fórum do Voa Portugal, do qual já é cliente fundador!
Cumprimentos
José Vilhena

bombeiro25 disse...

Olá boas, o emblema do saloio com o varapau pertencia á esquadrilha MP dos hurricanes mkIIc no qual tinha como lema: ´´ ANTES QUEBRAR QUE TORCER ´´ boa continuação e um bom ano de 2014 cheio de muitas realizações, no meu caso eu gostaria de ver realizado um sonho de sempre, ver voar um Hurricane ou um Spitfire com as nossas cruzes de Cristo e a nossa bandeira no leme, novamente nos nossos céus !!!!