Brevetado a 30 de Novembro de 1929 pelo Civil Air Board em Pretória (Africa do Sul), adquiriu o seu primeiro avião a 25 de Dezembro desse mesmo ano, um DH.60G Gipsy Moth registado como CR-MAB (ex. C-PMAB).
A 1 de Abril de 1933 Torre do Valle acompanhado por Amadeu de Araújo, num DeHavilland Puss Moth de 110 cavalos “CR-MAG”, batizado por "Gaza III", liga Lourenço Marques a Alverca, perfazendo 14 413 quilómetros em 85,15 horas. Foi o maior raide aéreo desportivo realizado em Portugal terminado a odisseia a 14 de Maio. Torre do Vale tinha apenas 350 horas de voo e Amadeu Araújo além de um excelente mecânico era somente aluno-piloto. Partiu de Vila João Belo (Chai-Chai) para o Chinde, ainda em terras Moçambicanas, Blantyre, Mpika, Mbeya, Dodoma, Nairobi, Kisumu, Juba, Malakal, Kartum, Wadi-Haifa, Cairo, Bengasi, Gabes, Fez, Tânger e Alverca.
Durante o voo foi obrigado a uma paragem forçada na capital sudanesa que se prolongou durante um mês devido a biela partida, tendo o motor sido reparado numa oficina de automóveis. A 19 de Junho parte para Londres com a sua mulher no mesmo avião passando por Madrid, Biarritz e Paris.
Em 1936 Torre do Vale associa-se a Manuel Maria Rocha, outro pioneiro da nossa aviação, para formar a Aero-Colonial, com a finalidade de efectuar uma ligação semanal entre Lourenço Marques e o Lumbo no norte de Moçambique.
Personalidade incontornável, teve uma existência cheia de aventuras, distinguindo-se pelas suas proezas cinegéticas em África, em especial como caçador de elefantes. Morreu a 16 de Setembro de 1937 trucidado por um elefante solitário que tentara abater durante uma caçada.
Ficou conhecido como o "Pai da aviação Civil Moçambicana".
O seu espólio aeronáutico foi oferecido recentemente pela sua filha Maria de Lourdes de Almeida Campos Torre do Valle, ao Arquivo Histórico de Moçambique.
José Vilhena
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