O Voando em Moçambique é um pequeno tributo à História da Aviação em Moçambique. Grande parte dos seus arquivos desapareceram ou foram destruídos e o que deles resta, permanecem porventura silenciosos nas estantes de muitos dos seus protagonistas. A História é feita por todos aqueles que nela participaram. É a esses que aqui lançamos o nosso apelo, para que nos deixem o seu contributo real, pois de certo possuirão um espólio importante, para que a História dessa Aviação se não perca nos tempos e com ela todos os seus “heróis”. As gerações futuras de certo lhes agradecerão. Muitos desses verdadeiros heróis, ilustres aventureiros desconhecidos, souberam desafiar os perigos de toda a ordem, transportando pessoas e bens de primeira necessidade ou evacuando doentes, em condições meteorológicas adversas, quais “gloriosos malucos das máquinas voadoras”. Há que incentivar todos aqueles que ainda possuam dados e documentos que possam contribuir para que essa História se faça e se não extinga com eles, que os publiquem, ou que os cedam a organizações que para isso estejam vocacionadas. A nossa gratidão a todos aqueles que ao longo dos tempos se atreveram e tiveram a coragem de escrever as suas “estórias” e memórias sobre a sua aviação. Só assim a História da Aviação em Moçambique se fará verdadeiramente, pois nenhum trabalho deste género é suficientemente exaustivo e completo. A todos esses ilustres personagens do nosso passado recente que contra tudo e todos lutaram para que essa história se fizesse, a nossa humilde e sincera homenagem.
A eles dedicamos estas linhas.
José Vilhena e Maria Luísa Hingá
========================
Quem tiver fotos e/ou documentos sobre a Aviação em Moçambique e os queira ver publicados neste blogue, pode contactar-me pelo e-mail:lhinga@gmail.com
=======================
Por motivos alheios algumas das imagens não abrem no tamanho original. Nesse caso podem selecionar “abrir imagem num novo separador” ou “Guardar imagem como…”.
30/03/07
266-Queda de avião CR-ALF, do Aeroclube de Cabo Delgado, em 30.03.1970 em Alua-Moçambique
265-Carlos Machado da Cruz - Acidente com o CR-AOC em 29.03.1974 em Mueda
Carlos Fernando Machado da Cruz - PACHANCHO:
Data do acidente corrigida. Confirmado pela mãe do piloto que morreu a 29.03.1974. Obrigada J. Gabão.
29/03/07
264-Vista aérea de Negomano-Moçambique
28/03/07
263-Histórias verdadeiras, por Cte. Nogueira
Tradução...
1 - AS CALÇAS DO ZÉ....( l944 ? )
Num dos dias em que as temperaturas em L.M. ultrapassavam os 30º C e talvez por me encontrar de "Serviço de Pista", como era designado o piloto de reserva para todo o serviço, encontrava-me no Aeroporto quando vejo surgir ainda meio ensonado, após a usual sesta, eram cerca das 15h o chefe da DETA, acompanhado da mulher, que dirigindo-se a mim com um papel na mão me pergunta:
A que horas chega o avião de Quelimane ?
Dentro de uma hora, respondi.
Sorrindo-se, mostra-me o papel de que era portador. Um telegrama com o seguinte testo:
" Quando tomava banho em Quelimane roubaram-me as calças, sigo sem elas"
Pires do Vale
O sorriso que anteriormente exibia tornou-se em gargalhada dos três. Como vem ele ? perguntava a Mrs. Pinho da Cunha no seu português arrevesado de sotaque britânico.
- I dont' know - respondi eu, respondendo em inglês para ser amável para com a Senhora.
Quando se aproximava a hora da chegada do avião, dirigimo-nos para a varanda da velha Estação Aérea do Aeroporto de Mavalane, junto à qual estacionavam os aviões chegados ou a partir.
"Suspence" - O avião chega. Rola. Chega junto à estação. O Zé P. V. mira em redor. Vê-nos na varanda aguardando a sua chegada. Na sua característica maneira de rir, abre a boca até às orelhas. Está vendo o efeito do telegrama.
Saem os passageiros. O Zé demora a saída, explorando ao máximo o efeito do telegrama. Quando aparece fora da cabine!..... -Oh...afinal vem vestido....exclama Mrs Pinho da Cunha. Sim... vinha de calções "shorts" em vez das calças do fardamento.
Soube-se depois: o João Maria, quando passou em Quelimane, sabendo que o Zé que tinha seguido para o Norte, infringindo os regulamentos, havia trocado as calças do fardamento por uns calções, escondendo-lhe as mesmas para mais tarde ver o efeito que o caso produziria. Aliás, o João Maria também algumas vezes, alterava a sua indumentária...... ( A. Nogueira )
Espólio do Cte. Álvaro Nogueira.
"Descodificação de texto": Elisabete Brás e Cte. Vilhena.
262-Cte. Álvaro Matias da Silva Nogueira
Biografia feita pela sobrinha Elisabete
Concluída a instrução primária, ingressa no "Instituto de Missões Coloniais" em Cernache do Bonjardim a 24/9/923 e daí para o Liceu de Castelo Branco onde fica até 1926, completando, assim, o que era chamado " Curso dos Liceus".
Ingressa no serviço militar em 25/2/1931 até 1/6/1933. Completa também em 1935 o Curso Comercial, começando a trabalhar nos escritórios de uma Fábrica de Curtumes, em Lisboa.
Concorre, entretanto à Companhia de Fomento de Cabo Verde, onde é admitido ainda em 1935 e onde desempenhou várias funções.
Regressado à Metrópole em 1938, tira o seu "brevet" particular de piloto aviador em finais do mesmo ano.
Chamado por seu tio José Alves Nogueira - Intendente em Nametil, embarca no dia 7/1/1939 com destino a Moçambique, no Vapor "NIASSA", procedente de Hamburgo, via Canal do Suez, tendo escalado 12 portos.
Admitido em 1939 para os Caminhos de Ferro de Moçambique, de que a DETA fazia parte, vai para Johannesburg, onde frequenta a School of Aeronautics de Witwarter Rand Technical College, escola de pilotos da DETA, onde tira os certificados de piloto aviador de linhas aéreas em 1941, Navegador Aeronáutico em 1943 e ainda Radiotelegrafista.
Aguardando vaga na DETA, presta serviço Administrativo nos Caminhos de Ferro de Moçambique entre 1941 a 1943, ano em que inicia a actividade regular de piloto aviador, passando um ano depois à categoria de Capitão de Aeronaves. Salvo erro, era na altura o comandante português mais jovem
Em 1948 frequenta a "Havilland Aircraft School em Hattfield - Inglaterra.
Torna-se Presidente do Aero Club de Moçambique, sucedendo-lhe o Sr. Rui de Novais Monteiro.
Em 1949, de licença da DETA, vai aos Açores prestar serviços na SATA, a título experimental, durante 3 meses. Não aceita as condições oferecidas e regressa a L. M.
Em 1951, de Licença ilimitada da DETA, regressa à SATA por um período de 3 anos, a pedido da Administração, onde, além das funções de Piloto Aviador, chefiava os Serviços Técnicos e de Exploração.
Regressa à DETA em 1957. É designado para Delegado da U.A.T. em L. M., cargo que acumulou cerca de 2 anos.
Ainda de Licença da DETA, em 1961 é convidado pela ARTOP para trabalhos de Aerofotogrometria a fazer de Leste a Norte de Angola.
Nesse mesmo ano, entra na Companhia Mineira do Lobito, como Piloto e Public Relations. Já em 1963 inaugura o Aero Clube do Huambo, como Presidente.
Instala-se na África do Sul, em Setembro de 1969, como Delegado da Companhia Mineira do Lobito, onde permaneceu até Abril de 1974, regressando a Lisboa onde ainda exerceu algumas actividades.
Faleceu em Lisboa a 16 de Janeiro de 2004 com 91 anos.
Partiu...mas as suas memórias ficarão para sempre resguardadas na sua família presente e na vindoura.
Março - 2007 - Elisabete
259 - Homenagem à memória de José Eduardo Vilar Queiroz
- Engenheiro Electrotécnico.
- Tenente Coronel da Força Aérea Portuguesa
- Fundou a Universidade do Carril (como a malta lhe chamava) em Inhambane. Era uma escola de formação profissional dos CFM para formação de quadros e creio que as assistentes da Deta, também por lá passavam.
- Tinha uma surpresa para Moçambique. Televisão em finais de 1974. Voei com técnicos em testes de propagação de sinal.
- Revolucionou (modernizou) as comunicações telefónicas com a montagem de colossais parabólicas em zonas inóspitas.
- Inaugurou a ligação ferroviária da linha de Nacala ao Malawi.
- Autorizou por despacho que pilotos (PPA) de comprovada competência operacional mas sem formação académica pudessem operar comercialmente com uma licença restrita (não ICAO) em aviação agrícola.
- Abriu a Escola de Helis do Lumbo (já constante do blog), em cooperação com o Cte. Vinagre da Hepal.
- Destacou para Nampula um elemento dos SAC, equipado com um avião (CR-BFN) para inspecção das centenas de pistas existentes nos distritos do Norte e para facilitação doutros serviços.
- Acelerou e desburocratizou todos os processos de revalidação de licenças, exames, qualificações, certificados de navegabilidade etc., etc., sem abdicar das regras de segurança, o que causou enormes engulhos aos burocratas da praça.
Dados e fotos fornecidos por Vítor Silva, a quem agradeço.
25/03/07
258-CR-ABB e grupo de pilotos do ACB em 1947
Dados do avião de Cte. José Vilhena
257-Os que ganham medalhas
256-Grupo de pilotos do ACB em 26.06.1947
Em pé da esq para a dta: António Monteiro, António da Camara, 1º. CTA da Beira, Hankimengae, Mª. Isabel André, Kiva Cocorozis e Jorge Fonseca.
Em baixo da esq. para a dta: Carlos Roca, Alexandre Figueiredo Sarmento, Vasco Jorge de Freitas e Teófilo Valentim.
Foto de Jorge da Fonseca
255-CR-ACA e Maria da Conceição Mónica
Maria da Conceição Mónica "Paíta" e CR-ACA
Foto de Jorge da Fonseca
Dados do avião de Cte. José Vilhena
24/03/07
252-CR-AHT e CR-AHU - Aviões da FAP que passaram à disponibilidade
Em 1949 foi criado o Centro de Instrução Aeronáutico de Lourenço Marques (CIALM), mantido pela Aeronáutica Militar (a antecessora da Força Aérea Portuguesa). Para o desempenho desta actividade foi este Centro dotado de várias aeronaves, entre elas este De Havilland Hornet Moth DH87 “CR-AHT”, ex. 10 da Aviação Militar e 9201 da FAP. O centro foi desactivado em 1955 e os seus aviões foram abatidos ou cedidos a entidades civis.
Não se sabe o destino que este avião teve em Moçambique, presumindo-se que tenha sido entregue aos SAC (Serviço da Aeronáutica Civil).
Igualmente este Beech A-35 Bonanza “CR-AHU”, ex. 20 da Aviação Militar e 9301 da FAP.
Este avião foi cedido ao Aero Clube de Moçambique, tendo sofrido um acidente em Setembro de 1966 quando descolava da pista de Mapulanguene.
Face aos danos sofridos, o avião não foi recuperado, tendo sido abatido ao Registo Aeronáutico de Moçambique.
Fotos e texto de Cte. José Vilhena
18/03/07
12/03/07
249-Airstrip Development - Holidaying in Mozambique.
Artigo saído na Revista Wings over Africa, em Novembro 1967, gentilmente cedido pelo Cte. José Vilhena.
248-Mozambique re-visited, por Dave Becker
Artigo saído na Revista Wings over Africa, em Junho 1975, gentilmente cedido pelo Cte. José Vilhena, na altura correspondente da Revista.