O Voando em Moçambique é um pequeno tributo à História da Aviação em Moçambique. Grande parte dos seus arquivos desapareceram ou foram destruídos e o que deles resta, permanecem porventura silenciosos nas estantes de muitos dos seus protagonistas. A História é feita por todos aqueles que nela participaram. É a esses que aqui lançamos o nosso apelo, para que nos deixem o seu contributo real, pois de certo possuirão um espólio importante, para que a História dessa Aviação se não perca nos tempos e com ela todos os seus “heróis”. As gerações futuras de certo lhes agradecerão. Muitos desses verdadeiros heróis, ilustres aventureiros desconhecidos, souberam desafiar os perigos de toda a ordem, transportando pessoas e bens de primeira necessidade ou evacuando doentes, em condições meteorológicas adversas, quais “gloriosos malucos das máquinas voadoras”. Há que incentivar todos aqueles que ainda possuam dados e documentos que possam contribuir para que essa História se faça e se não extinga com eles, que os publiquem, ou que os cedam a organizações que para isso estejam vocacionadas. A nossa gratidão a todos aqueles que ao longo dos tempos se atreveram e tiveram a coragem de escrever as suas “estórias” e memórias sobre a sua aviação. Só assim a História da Aviação em Moçambique se fará verdadeiramente, pois nenhum trabalho deste género é suficientemente exaustivo e completo. A todos esses ilustres personagens do nosso passado recente que contra tudo e todos lutaram para que essa história se fizesse, a nossa humilde e sincera homenagem.

A eles dedicamos estas linhas.

José Vilhena e Maria Luísa Hingá

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Quem tiver fotos e/ou documentos sobre a Aviação em Moçambique e os queira ver publicados neste blogue, pode contactar-me pelo e-mail:lhinga@gmail.com

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Por motivos alheios algumas das imagens não abrem no tamanho original. Nesse caso podem selecionar “abrir imagem num novo separador” ou “Guardar imagem como…”.

17/12/23

936 - Eng. Jorge Pereira Jardim

 Eng. Jorge Pereira Jardim

Nasceu em Lisboa a 13 de Novembro de 1919 , engenheiro agrónomo, radicado em Moçambique onde foi um empresário conhecido e influente.
Foi Presidente do Aeroclube da Beira, impulsionador das FAV em Moçambique, para-quedista e piloto comercial, grande entusiasta da causa do ar. Nestes documentos fotográficos disponibilizados por José Menano, podemos vê-lo na companhia de outros pilotos do ACB.
Faleceu no Gabão a 1 de Dezembro de 1982.

Eng. Jorge Jardim
Anos 50. Da esq. para direita: Engº Jardim e Edmundo Bastos.
Foto de José Menano
Da esq. para direita: Leonel da Silva, engº Jardim, , Edmundo Bastos, Mário Gouveia,...., Álvaro Ferreira e Moiteira.
Foto de José Menano
Foto de José Menano
Da esq. para direita: Engº Jardim,...., Leonel da Silva, Edmundo Bastos, , Mário Gouveia, Moiteira e Álvaro Ferreira .
Foto de José Menano

Engº Jorge Jardim e a sua filha Patucha Jardim - Maio de 1965
Foto de Chico Ivo
Élio Costa, José Gonçalves Vieira, Domingos Paciência e Jorge Jardim
Francisco Moiteira, José Gonçalves Vieira, Jorge Jardim, Élio Costa e João Maria Carregal Ferreira
Jorge Jardim e José Gonçalves Vieira
Eng. Oliveira Mendes presidente do ACM e Eng Jorge Jardim presidente do ACB

935 - FAV – Formações Aéreas Voluntárias

FAV – Formações Aéreas Voluntárias
Com o deflagrar da Guerra em Angola no mês de Março de 1961, muitos pilotos civis, associados dos aeroclubes locais, ultrapassando em muito os voos desportivos de rotina e arriscando as suas próprias vidas, colocaram-se de imediato ao serviço das populações indefesas e dos militares que combatiam no terreno.
Nasceu assim a “Esquadrilha dos Voluntários do Ar” (EVA), um pequeno passo ate à chegada do diploma legal que veio disciplinar a atuação daquela “milícia aérea”, através do seu enquadramento na Força Aérea Portuguesa e criar as “Formações Aéreas Voluntárias” (FAV’s). Destinadas à execução de missões aéreas complementares da ação militar, a sua relevante atuação fez-se sentir nas antigas Províncias Ultramarinas de Angola e Moçambique.
As primeiras FAV’s em Moçambique:
A escassez de meios que a Força Aérea dispunha em Moçambique foi um dos fatores que fez apressar a constituição das Formações Aéreas Voluntárias naquele território. Em Junho de 1962, apenas um mês após a promulgação do Decreto-lei que criava a cobertura legal para aquelas organizações, o Aeroclube da Beira (ACB), presidido pelo Eng. Jorge Jardim, requereu a necessária autorização para criar uma FAV. Em Lourenço Marques, o Aeroclube de Moçambique (ACM), havia requerido igualmente a constituição de uma FAV e de um destacamento em João Belo (Xai-Xai), localidade considerada o berço da aviação civil em Moçambique.
FAV 301 - inaugurada por ocasião do 26º aniversário do ACB com uma cerimónia de juramento de fidelidade que presidiu o comandante da 3ª RA, General Machado de Barros, era constituída por 12 pilotos (entre os quais uma senhora) e pelos seguintes aviões: um Piper Tripacer (CR-AGN), dois Piper Colt (CR-AHJ e CR-AHN), um Chipmunk (CR-AEE) e um Piper Apache (CR-AFZ), a que se juntariam mais tarde um Chipmunk (CR-AEH), um Tiger Moth (CR-AFP) e dois Taylorcraft (CR-ACA e CR-ABZ).
FAV 302 – constituída no ACM, dos 53 pilotos inscritos, por estritas razoes de organização, apenas foram admitidos 12. Os meios aéreos colocados ao seu serviço foram: um Piper Tripacer (CR-AFM), um Beechcraft Bonanza (CR-AHU), um Chipmunk (CR-AEI), seis Tiger Moth (CR-AGL, CR-AGM, CR-AHO, CR-AHQ, CR-AHR e CR-AHS), um Hornet moth (CR-AAC), juntando-se-lhes no ano seguinte um Cessna 140 (CR-AFC) e um Super Cub (CR-AGO).
À semelhança do que acontecia em Angola, as FAV’s de Moçambique estavam na dependência doa comandantes das unidades aéreas do respectivo sector, recebendo apoio material (sobretudo combustível e lubrificantes), técnico e instrução sobre observação aérea, missões gerais e missões especiais, possuindo um modelo de fardamento próprio: um fato de voo fornecido pela FA com indicação do nome do piloto e da FAV respectiva. Em situações de emergência, aquelas unidades complementares eram alertadas pelas unidades dos sectores aéreos de cuja dependência se encontravam.
Gradualmente durante o ano de 1963, foram sendo constituídas mais FAV’s, assim descriminadas:
FAV 302 JB – Destacamento de João Belo, dotada de pilotos do Aero Club de Gaza e dispondo de um avião Super Cub (CR-AGA).
FAV 303 – integrada na esquadra operacional do Aeródromo Base nº 5 (AB5) e envolvendo pessoal e material do Clube Aeronáutico do Niassa (Nampula), Aeroclube do Lumbo e Aeroclube de António Enes, dela fazendo inicialmente parte 11 pilotos, três aviões Piper Cub (CR-AEC, CR-ACE e CR-ABD) e um Piper Aztec B (CR-AHX), este ultimo abatido ao efectivo a 23 de Agosto de 1963, juntando-se-lhes em Junho desse ano um Piper Vagabond (CR-ADB).
FAV 304 – constituída no seio do Aeroclube de Cabo Delgado (Porto Amélia), integrada por 10 pilotos e por um Piper Tripacer (CR-AFK), um Piper Cub Special (CR-AGP) e um Cessna 172 (CR-AFG), abatido ao efectivo em Agosto de 1963.
FAV 305 – em Inhambane, integrada na esquadrilha operacional nº 801 (Lourenço Marques) envolvendo pessoal e material do Aeroclube de Inhambane. Era contituida por 3 pilotos, um avião Piper Vagabond (CR-ACU), um Piper Cub Special (CR-ADO), um Piper Comanche (CR-AGI) e finalmente um Chipmunk (CR-AEK), a ultima aeronave deste modelo a voar nos céus Moçambicanos.
FAV 306 – criada em Quelimane a 26 de Setembro de 1964, contava com 2 pilotos do Aeroclube da Zambézia e como meios aéreos dois Piper Cub (CR-ADQ e CR-AFD), um Super Cub (CR-AGV) e um Chipmunk (CR-AFE).
Algumas das FAV’s já constituídas denotavam contudo dificuldades no seu funcionamento, caso concreto das FAV’s 303 (Nampula) e 304 (Porto Amélia) adstritas ao AB5 em Nampula, antes da transferência desta unidade para Nacala.
A ampliação da rede das FAV’s, propicionada pela existência de um numero considerável de aeronaves de desporto e de turismo , propriedade dos aeroclubes, prosseguia em bom ritmo, registando-se no ano imediato a constituição de mais seis:
FAV 307 - em Vila Cabral, dispondo de um Auster (CR-AIO).
FAV 308 – em Tete com dois Auster (CR-AHV e CR-AIL).
FAV 309 – em João Belo (antigo destacamento da FAV 302 JB) e à qual estiveram atribuídos pelo menos o Super Cub (CR-AKA) e o Auster (CR-AIO), proveniente da FAV de Vila Cabral.
FAV 310 - em Vila Pery (antigo destacamento da FAV 301 VP), sendo os meios aéreos compostos por dois Auster (CR-AIO vindo de Vila Cabral e CR-AIR).
FAV 311- (antigo destacamento da FAV 303AE) em António Enes dispondo de um Piper Family Cruiser (CR-AEN).
FAV 312 – no Lumbo (antigo destacamento da FAV 303L) com um Auster (CR-AIK).
Um dia antes da inauguração da FAV de Quelimane. Moçambique confrontava-se com o conflito armado, após um ataque desferido na zona de Mueda.


Decreto 44.371 da Formação das FAV

Decreto 44.371 da Formação das FAV



                                                          Ricardo Jorge Rogado Quintino
                                                                       FAV 301 - ACB
                                                                 FAV 301 - Aero Clube da Beira
                                                                              01/08/1964

                                                                        FAV 302 - ACM
FAV 302 - ACM





                                               FAV 301 - Aero Clube da Beira
                                                 Armindo Brites+?+?+ Fátima Brites
                                                             Foto de Carlos Brites
                                                                   FAV 301 - Aero Clube da Beira
                                                                         Foto de Carlos Brites



08/12/23

934 - Aeroclube de Gaza- Acidente no Chibuto do Super Cub "CR-AGA" a 25 de Maio de 1966


Aero Clube de Gaza
Acidente no Chibuto, do Super Cub, Piper- PA-18, "CR-AGA", a 25 de Maio de 1966
Ver o relatório do acidente em: https://aviation-safety.net/wikibase/218664

 

03/11/23

933 - Transportes Aéreos de Moçambique - TAM

 TAM - Transportes Aéreos de Moçambique

Inicialmente constituída em 1955 na cidade da Beira com designação de TAM - Táxis Aéreos de Moçambique, estava vocacionada fundamentalmente para operações de fretamento.
Tinha contudo um voo diário da Beira para o Búzi, Luabo e Panda.
Posteriormente a sua designação alterou-se para TAM – Transportes Aéreos de Moçambique.
Foi seu fundador o piloto Jorge Guerra, que contou inicialmente com outros três: Jorge Calrão, Máximo Moura e Manuel Botelho.
Foi sem duvida uma das primeiras companhias de táxi aéreo em Moçambique. 
Logotipo dos TAM
@Luis Pereira

Frota da TAM



CR-AJK
Foto cedida pela filha do Cte. António Viegas
Piper Aztec "CR-AHP"
De Havilland Dragon Rapide "CR-AEQ"
Piper Aztec "CR-AHP"
Foto cedida pela filha do Cte. António Viegas

CR-ALF
Foto cedida pela filha do Cte. António Viegas

Foto cedida pela filha do Cte. António Viegas
Foto cedida pela filha do Cte. António Viegas

Piper Apache CR-AGB no Songo
Foto cedida pela filha do Cte. António Viegas



CR-AJK
Foto cedida pela filha do Cte. António Viegas
Foto cedida pela filha do Cte. António Viegas
Piper Apache CR-AGB no Songo
Foto cedida pela filha do Cte. António Viegas
Piper PA-23 Aztec 250D "CR-ALG"
TAM - Transportes Aéreos de Moçambique
Piper PA-22 Tripacer 150 "CR-AFN"
Foto de António Cunha
TAM - Transportes Aéreos de Moçambique
Rockwell 500S Shrike Commander "CR-AOG"
Foto de Abel Santos
Stinson 108 Voyager "CR-ACV" dos TAM - Transportes Aéreos de Moçambique
CR-AGQ - Piper PA-24 Comanche 250 da TAM em Inhamacala (Gorongosa)
BN-2A Islander "CR-APO" do Jorge Guerra (TAM)
Stinson 108 Voyager "CR-ACV" dos TAM - Transportes Aéreos de Moçambique
Jornal Diário de Lourenço Marques de Dezembro de 1964.
Foto de Eduardo Vasconcelos
BN-2A-2 Islander "CR-APO"
Foto cedida por Francisco Ivo
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Acidente em Marromeu
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Acidente em que faleceu o piloto Carlos José Lomba Viana
Piper Comanche "CR-AHD"

Piper Aztec dos TAM em Manica e Sofala, JUL1965
Sec. Gov. Distrito, Gov. Distrito (Castel Branco), Gov. Geral (Gen. Costa Almeida), piloto Jorge Guerra e oficial às ordens do Gov. Geral António Godinho
Foto de António Godinho (filho)


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