O Voando em Moçambique é um pequeno tributo à História da Aviação em Moçambique. Grande parte dos seus arquivos desapareceram ou foram destruídos e o que deles resta, permanecem porventura silenciosos nas estantes de muitos dos seus protagonistas. A História é feita por todos aqueles que nela participaram. É a esses que aqui lançamos o nosso apelo, para que nos deixem o seu contributo real, pois de certo possuirão um espólio importante, para que a História dessa Aviação se não perca nos tempos e com ela todos os seus “heróis”. As gerações futuras de certo lhes agradecerão. Muitos desses verdadeiros heróis, ilustres aventureiros desconhecidos, souberam desafiar os perigos de toda a ordem, transportando pessoas e bens de primeira necessidade ou evacuando doentes, em condições meteorológicas adversas, quais “gloriosos malucos das máquinas voadoras”. Há que incentivar todos aqueles que ainda possuam dados e documentos que possam contribuir para que essa História se faça e se não extinga com eles, que os publiquem, ou que os cedam a organizações que para isso estejam vocacionadas. A nossa gratidão a todos aqueles que ao longo dos tempos se atreveram e tiveram a coragem de escrever as suas “estórias” e memórias sobre a sua aviação. Só assim a História da Aviação em Moçambique se fará verdadeiramente, pois nenhum trabalho deste género é suficientemente exaustivo e completo. A todos esses ilustres personagens do nosso passado recente que contra tudo e todos lutaram para que essa história se fizesse, a nossa humilde e sincera homenagem.

A eles dedicamos estas linhas.

José Vilhena e Maria Luísa Hingá

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Quem tiver fotos e/ou documentos sobre a Aviação em Moçambique e os queira ver publicados neste blogue, pode contactar-me pelo e-mail:lhinga@gmail.com

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22/02/07

236-Aero Colonial-Nos céus do Império, o sonho de dois aviadores em Moçambique - Parte II

Algumas pequenas correcções sobre o nome de baptismo dos dois primeiros aviões pertencentes a Armando de Vilhena da Torre do Valle.
Ao primeiro avião registado em Moçambique são atribuídos no artigo dois nomes diferentes. O DH.60G Gipsy Moth “CR-MAA” (ex. “C-PMAA”), ostentou o nome de baptismo “Moçambique” e não “Gaza I”, conforme é designado no texto, a meu ver incorrectamente, e bem na fotografia da segunda página do artigo.
“Gaza” (e não “Gaza I”, Gaza, nome do distrito de Moçambique onde se inseria geograficamente a Vila de João Belo, mais conhecida por Chai-Chai), foi o nome atribuído por Torre do Valle ao DH.60G Gipsy Moth “CR-MAB” (ex. “C-PMAB”), seu segundo avião, incorrectamente designado na descrição das duas fotografias da segunda página do artigo, embora numa delas apareça provavelmente pela mão do fotografo, a legenda de “Gaza e Chai-Chai” – 30-12-31.
Resta ainda a grande incógnita de que aviões teriam ostentado as designações de “Gaza I” e “Gaza II”, já que a existência do DH.80A Puss Moth “CR-MAG” – “Gaza III”, avião que Torre do Valle efectua a sua ligação aérea Moçambique - Inglaterra (e não a “ligação aérea Moçambique – Metrópole” conforme é referido no artigo, já que Alverca foi somente um ponto de passagem entre Lourenço Marques e Londres, consta até que somente o guarda do aeródromo estava à sua chegada tendo ficado atónito quando ao perguntar aos aviadores qual a sua proveniência o informaram que era Lourenço Marques), levará a depreender a existência de um segundo e terceiro “Gaza” pertencentes a este intrépido aviador, considerado ainda hoje como o pai da aviação desta nossa ex-colónia.
Outro enigma será a inexistência de nome de baptismo para o Waco UIC “CR-MAH” da Aero Colonial, já que o nome de baptismo dos aviões era um hábito comum em Moçambique naquela época.
No artigo consta ainda que o Comandante Manuel Maria Rocha terá sido o primeiro aviador a ser formado nos dois primeiros aviões de Torre do Valle pertencentes à escola de pilotagem do Aero Clube de Moçambique na Vila de João Belo, e só mais tarde terá adquirido e reconstruído o seu próprio avião, o “CR-MAC - Chai-Chai”, que o Major Sul Africano Alistair “Mac” Miller, o velho “Mac” como carinhosamente era conhecido. Segundo Stanley Walters, velho pioneiro Sul Africano que ajudou o Comandante Maria Rocha a reconstruir o velho Cirrus Moth e que tive o prazer de conhecer, um dos homens que teve o reconhecimento justo pelo contributo que deu ao Aero Clube de Moçambique, terá sido no seu próprio avião que o Comandante Rocha foi brevetado. Afirma-o aliás num artigo que publicou na revista “Wings Over Africa” em 1975.

Cte José Vilhena
Notícias de Lourenço Marques, Nº17, 23 de Dezembro de 1933_1

1 comentário:

José Vilhena disse...

Caro Subtil
Obrigado pela sua mensagem.
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Abraço
José Vilhena